Olá, mau tempo: vem aí uma frente fria, duas depressões e um rio atmosférico

Chuva — e temperatura — começa a cair esta sexta-feira por todo o país e mantém-se pelo menos até terça-feira. No domingo, um “rio atmosférico” traz chuva abundante em todo o território. Mas até sexta, o calor ainda faz estragos.

Doze concelhos dos distritos de Portalegre, Coimbra, Leiria, Viseu e Guarda apresentam esta quinta-feira um perigo máximo de incêndio rural.

Em perigo máximo de incêndio estão os concelhos de Portalegre, Marvão, Castelo de Vide (Portalegre), Porto de Mós, Batalha, Marinha Grande, Alvaiázere, Figueiró dos Vinhos (Leiria), Penela, Pampilhosa da Serra (Coimbra), Mangualde (Viseu) e Fornos de Algodres (Guarda). De acordo com o IPMA, vários concelhos de todos os distritos de Portugal continental estão esta quinta-feira em perigo muito elevado e elevado de incêndio.

Mas despeça-se do calor. Se o IPMA prevê para esta quinta-feira no continente céu pouco nublado ou limpo, vento moderado a forte nas terras altas do Norte e Centro a partir da tarde e pequena subida da temperatura máxima no litoral oeste, tudo muda amanhã.

As temperaturas vão descer a partir de sexta-feira e até domingo na ordem dos 10 a 12 graus Celsius em algumas zonas do continente, esperando-se também o regresso da chuva, disse à Lusa a meteorologista Ângela Lourenço.

“Podemos resumir a perturbações que se deslocam do Atlântico para a Europa. Normalmente, no verão, estão muito mais limitadas e têm a sua posição mais a norte – Islândia e ilhas britânicas – e migram para sul conforme se aproxima o inverno. Esta mudança vai decorrer a partir do dia 13”, adiantou a meteorologista do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

“Vamos ter uma mudança gradual da situação meteorológica a partir de sexta-feira. Até lá, portanto hoje e amanhã [quinta-feira], vamos continuar com uma situação idêntica aos dias anteriores, ou seja, ainda o tempo quente, seco, sem precipitação e o vento a soprar em geral fraco”, disse.

De acordo com Ângela Lourenço, a partir de sexta-feira está prevista a aproximação e passagem de uma superfície frontal fria que vai trazer descida das temperaturas e chuva.

”A ocorrência de precipitação começará na sexta-feira no Minho a partir da manhã e vai gradualmente estendendo-se ao restante território, embora seja pouco provável no Baixo Alentejo e no Algarve. Também no dia 13 [sexta-feira] espera-se uma descida da temperatura máxima, que é mais significativa nas regiões Norte e Centro e no Alto Alentejo”, indicou.

A descida da temperatura máxima na sexta-feira vai variar entre os 02 a 05 graus na região Sul e nas zonas mais interiores do Norte e Centro pode ir até 07/08 graus.

“Vamos para valores mais típicos de outono, ainda assim esperam-se temperaturas de 28 e 29 graus em muitos locais da região centro. As temperaturas continuam a descer no sábado e no domingo. No total dos três dias [sexta-feira, sábado e domingo] deverá ser uma descida que pode ir até 10/12 graus em alguns locais”, destacou.

Segundo a meteorologista do IPMA, a precipitação vai começar na sexta-feira e vai manter-se, com maior ou menor intensidade, pelo menos até terça-feira.

“No sábado e no domingo a precipitação vai afetar todo o território, podendo ser mais significativa nas regiões do Norte e Centro”, disse.

“Rio atmosférico” a partir de domingo

Nasce na Escandinávia um centro de altas pressões a partir deste fim de semana, confirmam o IPMA e o Meteored, que irá forçar a circulação mais a sul das depressões e frentes, atingindo diretamente o nosso país.

Desta forma, vai nascer a sul dos Açores um “rio atmosférico” que trará chuva abundante, generalizada e persistente em todo o território de Portugal, possivelmente acompanhada de trovoada.

Haverá possivelmente um alerta à população.

“Neste momento, estamos a avaliar a atividade das perturbações do Atlântico. Por vezes, estas são mais ativas do que outras. É possível que ocorram situações que exijam maior atenção da nossa parte e até a emissão de aviso. Mas temos de avaliar a severidade e intensidade destas perturbações, que chegam por vezes com atividade moderada a forte”, avançou Lourenço.

ZAP // Lusa

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