Oito dos 14 padres suspensos por suspeitas de abusos voltaram ao ativo

Oito dos padres referidos no relatório da Comissão Independente voltaram às funções. Apenas duas dioceses estão a dispinibilizar apoio psicológico às vítimas.

Uma atualização sobre a situação dos padres suspensos por alegações de abuso sexual na Igreja em Portugal revela desenvolvimentos significativos. Dos 14 padres originalmente suspensos após a entrega do relatório da Comissão Independente, mais de metade, ou seja, oito, já retomaram as suas atividades eclesiásticas, enquanto seis permanecem afastados.

Este regresso ao ativo ocorre em várias dioceses, incluindo Lamego, Porto e Guarda, onde todos os seis padres suspensos foram reintegrados. Em Lisboa, dois dos quatro padres afastados também regressaram. A diocese do Porto justificou estas reintegrações citando a falta de provas e o arquivamento dos processos.

Entretanto, noutras dioceses como Évora, Braga e Angra, os padres suspensos continuam afastados, aguardando a conclusão dos processos canónicos e penais. Em Viana, um padre foi dispensado pela Santa Sé. Além disso, a diocese de Angra afastou recentemente um leigo por comportamento impróprio com uma menor, encaminhando o caso para o Ministério Público.

Após a promessa da Igreja de financiar o transporte e as consultas de psicologia e psiquiatria para as vítimas, apenas duas dioceses, Vila Real e Porto, confirmaram ter oferecido este tipo de apoio. Outras quatro dioceses reportaram que as vítimas não solicitaram tal assistência, relata o JN.

“O universo (de padres suspensos) é extremamente reduzido e implausível face à dimensão do problema referido pela Comissão Independente”, refere Nuno Caiado, o o primeiro subscritor de uma carta aberta à Conferência Episcopal Portuguesa onde pede investigações aos abusos.

“É bastante chocante que os bispos continuem a ter uma abordagem fragmentada. Tiveram todo o tempo para pensarem numa estratégia, mas não são capazes de fazê-lo”, critica ainda.

As vítimas, que enfrentam casos frequentemente prescritos e pelo menos 13 padres suspeitos já falecidos, têm ainda pedido indemnizações. A maioria das dioceses declara que esta decisão depender dos tribunais.

ZAP //

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