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OCDE: Portugal gastou menos 2,2% em saúde quando chegou a crise

Tânia Rêgo / ABr

foto: Tânia Rêgo / ABr

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Portugal gastou menos 2,2% na saúde entre 2009 e 2011, os primeiros anos da crise, revertendo a tendência de aumento médio entre 2000 e 2009 de 1,8%, revela o relatório “Health at a Glance 2013”, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico.

Segundo a OCDE, os primeiros anos de crise económica internacional inverteram  a tendência de aumento constante dos gastos com a saúde, com 11 dos 33 países da organização a chegarem a gastar menos neste setor.

A despesa total em saúde caiu em um em cada três países da OCDE entre  2009 e 2011, com os mais atingidos pela crise a serem os mais afetados”,  lê-se no relatório agora divulgado.

Entre as áreas mais afetadas por esta mudança na tendência de aumento dos gastos em saúde estão o preço dos bens médicos, especialmente medicamentos,  restrições orçamentais e cortes nos gastos dos hospitais, diz o relatório,  que sublinha ainda que mais de três quartos dos países da OCDE cortaram  em programas de prevenção em 2011 face a 2010, e metade gastou menos do  que em 2008.

Enquanto em Portugal o corte situou-se nos 2,2%, a Grécia, o país mais afetado pela crise económica, viu os seus gastos  com a saúde diminuírem 11,1% entre 2009 e 2011, e a Irlanda gastou menos  6,6% nesse período.

“Os cortes em programas rentáveis [comparando o custo com o benefício] de combate à obesidade, uso abusivo do álcool e tabaco são uma fonte de  preocupação”, diz o relatório, lembrando que quaisquer benefícios de curto  prazo nestes cortes são provavelmente anulados pelos gastos mais avultados  a longo prazo não só na própria despesa do Estado, mas também na saúde dos  cidadãos.

As reduções na oferta de cuidados de saúde e as alterações ao financiamento – chamando os cidadãos a pagarem mais – estão a afetar o acesso à saúde,  nota a OCDE, exemplificando com os tempos de espera para algumas cirurgias em Portugal, Espanha, Inglaterra e Irlanda, que “depois de anos de melhoramento, estão agora a aumentar“.

Para a organização, que reúne a maioria dos países  mais avançados do mundo, os dados comprovam a importância de “os países  tornarem os seus sistemas de saúde mais produtivos, eficientes e financeiramente  comportáveis”.

/Lusa

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