A pesquisa acompanhou uma amostra ao longo de 30 anos e notou que os participantes com indicadores de saúde melhores na infância também tiveram resultados mais positivos nos testes à capacidade cognitiva feitos quando já eram adultos.
Um novo estudo publicado na Journal of Science and Medicine in Sport descobriu a primeira ligação significativa entre a obesidade infantil e um maior declínio cognitivo na meia-idade, sendo que isto pode também aumentar o risco de demência.
A pesquisa acompanhou mais de 1200 pessoas ao longo de 30 anos. Em 1985, todos participantes tinham entre sete e 15 anos de idade e os investigadores testaram a sua performance cardiorrespiratória, mediram a proporção entre a cintura e as ancas e analisaram a sua resistência física e muscular.
A outra ronda de avaliações já decorreu entre 2017 e 2019, tendo os participantes todos entre 39 e 50 anos. Desta vez, o foco foi sobre a capacidade cognitiva, com testes que mediam a atenção ou a memória das pessoas.
A equipa descobriu uma correlação — quanto melhores eram os resultados dos participantes quando eram crianças, melhores eram também os seus resultados nos testes à capacidade cognitiva feitos na idade adulta.
Esta pesquisa vem juntar-se a outras que têm decifrado aparentes ligações entre o risco de desenvolvimento de demência na velhice e os comportamentos no início da vida, relata o New Atlas.
Os autores do estudo avisam que os resultados da pesquisa mostram que as intervenções e mudanças do estilo de vida na juventude e na infância podem ajudar na prevenção da demência e do declínio cognitivo ao longo da vida.
“O desenvolvimento de estratégias que melhoram a má forma física e diminuem os níveis de obesidade na infância são importantes porque podem contribuir para melhorias na performance cognitiva na meia-idade”, afirma Michele Callisaya, autora do estudo.
“Fundamentalmente, o estudo também indica que as estratégias protetoras contra o declínio cognitivo futuro podem ter de começar tão cedo como no início da infância, para que o cérebro possa desenvolver uma reserva suficiente contra o desenvolvimento destas condições na velhice”, conclui.