O Treinador do Mês é escocês, mas domina o português: “É preciso ter c#lhões!”

António Cotrim / Lusa

O treinador do Estoril, Ian Cathro

O treinador (escocês) do Estoril, Ian Cathro, espantou a sala de imprensa, no final do jogo frente ao Sporting, ao adotar uma linguagem (em bom português) um pouco mais descontraída do que o habitual. É mesmo preciso ter ‘big balls’!

Enquanto ainda esperamos pelo anúncio de Treinador do Mês de fevereiro, o detentor deste prémio continua a ser Ian Cathro do Estoril.

O treinador escocês é um forte candidato a revalidar o prémio, uma vez que em fevereiro, tal como em janeiro, voltou a não perder um jogo.

Os canarinhos têm subido de rendimento e já estão em 8.º lugar no campeonato. Até esta segunda-feira, em sete jogos realizados este ano, o Estoril venceu seis e empatou um (2-2, frente ao Nacional). A última vez que haviam perdido foi a 23 de dezembro, frente ao Benfica (3-0). Essa derrota permitiu, na altura, as águias passarem para o 1.º lugar.

Dois meses e meio depois, o Estoril voltou a perder. Desta vez, frente ao Sporting (3-1). Curiosamente, esta derrota permite, agora, os leões assumirem o 1.º lugar, de forma isolada, mas à condição (uma vez que o Benfica tem menos um jogo; e, se vencer, iguala o Sporting).

Apesar da derrota, o Estoril pode gabar-se de ter feito uma boa exibição frente ao atual campeão. E quem melhor poderá fazê-lo do que o seu treinador?

No final do jogo, na conferência de imprensa, Ian Cathro elogiou a sua equipa, por ter proporcionado um excelente espetáculo de futebol, em Alvalade.

O técnico escocês disse que a equipa estava a crescer e, sem saber que “tinha mal”, apontou o ingrediente especial para vestir a camisola do Estoril.

“O Estoril é uma equipa que está a crescer e a fazer as coisas de forma diferente, sem medo. E por isso é que vocês gostam mais de ver o jogo. E, para jogar nesta equipa do Estoril, é preciso ter c*lhões… é preciso ter ‘big balls’… e temos!”, afirmou.

Mais à frente, apercebendo-se de alguns risos e reações de espanto na sala de conferência, Cathro questionou se não podia ter dito aquilo e pediu desculpa: “Peço desculpa, não posso dizer ‘c#lhões’?”

“Agora já está, mister”, responderam os jornalistas, entre risos. “Agora já está dito… mas é mau? Peço desculpa, é melhor começar a dizê-las em inglês“, disse o treinador estorilista, num tom descontraído.

Ian Cathro, escocês, nascido em Dundee, mas com o português bem afiado. Como? Seria de espantar, se o treinador de 38 anos não tivesse chegado a Portugal em 2012 (na altura, com 26 anos), para ser adjunto de Nuno Espírito Santo, no Rio Ave.

Desde então, Cathro acompanhou o treinador luso pelo mundo (com uma interrupção entre 2015 e 2018) e, claro, teve oportunidade e tempo para aprender o bom português.

O jovem treinador voltou no início desta época a Portugal, para assumir a equipa do Estoril ‘a solo’ e tem feito um bom trabalho – tão bom que Ian Cathro faz parte do lote restrito de quatro treinadores da Liga que começaram a época e ainda não foram ‘corridos‘.

Os restantes treinadores que se mantêm nas equipas desde o início da época são Vasco Matos (Santa Clara), João Pereira (Casa Pia) e Tiago Margarido (Nacional).

Miguel Esteves, ZAP //

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