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O Super Mario tem um problema matemático impossível de resolver

Nunca saberemos se os jogos do Mario podem ser concluídos sem os jogarmos. Os computadores não nos contam se sabem passar ou não os níveis à medida que estes ficam cada vez mais difíceis.

É impossível, segundo investigadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, determinar se determinados níveis dos jogos do Super Mario podem ser concluídos sem os jogar, com recurso a ferramentas computacionais.

Erik Demaine e a sua equipa aplicaram princípios da complexidade computacional  — o campo que estuda a dificuldade e o tempo necessário para resolver problemas algoritmicamente — para analisar a popular franquia de jogos de vídeo da Nintendo.

A equipa concluiu que descobrir se alguns níveis são completáveis se enquadra numa categoria de problemas conhecida como NP-difícil, em que a complexidade cresce exponencialmente e se torna praticamente insolúvel por computadores, exceto nos casos mais pequenos, segundo a New Scientist.

A resolução dos níveis de edições como New Super Mario Bros e Super Mario Maker não só é computacionalmente difícil, como é completamente impossível. São problemas RE-completos ou indecidíveis, além do âmbito das soluções computacionais, independentemente do tempo ou do poder computacional disponível.

Contra-máquina dentro do ambiente do Mario

O estudo envolveu a modificação dos níveis dos jogos: foi colocado um número invulgarmente elevado de inimigos em determinados locais, ultrapassando os limites de dificuldade impostos pelos editores do jogo.

A dificuldade extrema permitiu à equipa construir o que é conhecido como uma contra-máquina dentro do ambiente do jogo, transformando efetivamente o nível do jogo numa espécie de computador funcional.

Esta manipulação ligou o jogo ao problema da paragem — um famoso dilema na informática que diz ser geralmente impossível prever se um determinado programa de computador acabará por parar ou continuará a funcionar indefinidamente.

Ao relacionar a conclusão do jogo com o fim de uma computação específica, os investigadores estabeleceram que, tal como o problema da paragem não pode ser resolvido de forma definitiva, também não pode ser resolvida a conclusão destes níveis de Super Mario especialmente concebidos.

“Não sabemos como provar que um jogo é divertido, não sabemos o que isso significa matematicamente, mas podemos provar que é difícil e isso talvez nos dê uma ideia da razão pela qual é divertido”, diz Demaine: “Gosto de pensar no difícil como… um substituto para o divertido”.

Consegue chegar ao fim? Não existe nenhum algoritmo que possa responder a essa pergunta num período de tempo finito“, explica. “A ideia é que só conseguirá resolver este nível Mario se esta computação em particular terminar, e sabemos que não há forma de determinar isso, pelo que não há forma de determinar se consegue resolver o nível”, conclui.

ZAP //

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