O seu gato também gosta de jogar à apanhada

Uma equipa de cientistas descobriu que os felinos gostam mais de ir buscar objetos atirados pelos donos do que alguma vez se imaginou. Afinal, não são assim tão diferentes dos cães.

Segundo o StudyFinds, 40,9% dos gatos jogaram à apanhada com os seus donos, um número muito superior ao que se pensava anteriormente. Por sua vez, 77,8% dos cães apresentaram um comportamento de ir buscar.

Num novo estudo, publicado na semana passada no PLOS ONE, os investigadores analisaram mais de 80.000 donos de animais de estimação para descobrir os segredos do comportamento de “ir buscar”.

Os investigadores definiram o comportamento como a recuperação de objetos ou brinquedos atirados. Para os gatos, envolve muitas vezes transportar pequenos brinquedos na boca e levá-los aos seus donos, por outro lado, os cães são mais propensos a correr atrás de paus ou bolas atirados pelos humanos.

Através do estudo foi possível observar que quase 40% dos gatos iniciaram as brincadeiras trazendo brinquedos para os seus humanos. Este resultado sugere que muitos gatos não só são capazes de ir buscar, como procuram ativamente esta forma de envolvimento com os seus donos.

A investigação também revelou que os cães e gatos fêmeas são menos propensos a ir buscar do que os machos. Além disso, a idade apresenta um papel importante, com os animais de estimação mais velhos de ambas as espécies a mostrarem uma menor probabilidade de se envolverem no comportamento de busca.

Entre os gatos, as raças originárias do Extremo Oriente, como os siameses, birmaneses e tonquineses, são mais propensos a ir buscar. Relativamente aos cães, as raças dos grupos Retriever, Poodle, Pointer e Spaniel mostraram uma maior propensão para o comportamento.

Os gatos mantidos apenas dentro de casa são mais propensos a ir buscar, provavelmente devido ao aumento das oportunidades de brincadeira interativa com os seus donos. Por sua vez, tanto os gatos como os cães que viviam em casas com outros cães tinham menos probabilidades de se envolverem nos comportamentos.

“Embora os cães e os gatos sejam muito diferentes em muitos aspetos do seu comportamento e na forma como acabaram por se tornar animais de companhia, achamos fascinante que muitos deles partilhem este comportamento”, concluem os investigadores.

Esta investigação salienta a importância de proporcionar oportunidades de enriquecimento e de brincadeiras interativas tanto para os gatos como para os cães, independentemente de noções preconcebidas sobre comportamentos específicos de cada espécie.

Além disso, é um apelo para apreciar as qualidades únicas de cada animal e para nunca parar de explorar o comportamento dos animais de estimação.

Soraia Ferreira, ZAP //

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