O segredo da destreza das trombas dos elefantes está nas rugas

As trombas dos elefantes estão cobertas de rugas e o padrão da sua distribuição parece ajudar a curva da tromba, à medida que se estende.

As trombas dos elefantes são tão enrugadas que os ajudam a esticar-se e a alcançar distâncias maiores. A distribuição das rugas ajuda ainda os animais a apanhar objetos com destreza, segundo a New Scientist.

Quando um elefante alcança um objeto com a sua tromba, as rugas extra na pele da parte de cima do órgão permitem-lhe esticar mais do que a pele da parte de baixo.

Isto faz com que a tromba se enrole na ponta, o que ajuda o animal a apanhar objetos tão pequenos como uma folha de relva. “É chocante aquilo que eles são capazes de fazer”, realça Andrew Schulz, do Instituto de Tecnologia da Geórgia, em Atlanta.

As trombas dos elefantes são altamente musculadas e não têm ossos. Há muito que se assume que a extensão da tromba acontece simplesmente em virtude do alongamento do órgão e do seu diâmetro a diminuir, de forma semelhante ao que acontece com os braços de polvo, nota Schulz. Mas a biomecânica da tromba não foi previamente investigada ao pormenor.

A equipa de investigadores analisou agora a extensão da tromba de dois elefantes africanos — um macho e uma fêmea.

Os cientistas testaram o alcance dos elefantes ao pegarem em maçãs, pousadas numa mesa, no Zoo Atlanta. A equipa também estudou a tromba de um elefante que tinha já tinha morrido. Os resultado foram publicados no PNAS, a 18 de julho.

O grupo descobriu que o elefante fêmea podia aumentar o comprimento da tromba em 20% para alcançar as maçãs, enquanto o macho apenas 13%.

No entanto, em ambos os elefantes, a parte superior da tromba tinha mais rugas, o que significava que se estendia cerca de 15% mais do que a parte inferior, o que contribuiu para a curvatura da ponta.

Os resultados podem ajudar os investigadores que estão a tentar desenvolver máquinas com partes do corpo macias ou baseadas em líquidos, refere Schulz.

“A maioria dos membros são como um balão cheio de líquido — nunca ninguém pensa no que está no exterior do material do balão”, acrescenta o investigador.

“Para se ter estes movimentos complexos, é preciso ter estas estruturas no exterior para o ajudar internamente”, conclui Schulz.

Alice Carqueja, ZAP //

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