Afinal, o que é o tempo?

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O tempo é assim uma noção tão segura? É relativo? É possível viajar no tempo? Pode ser revertido? Várias perguntas, várias respostas.

Não, não vamos elaborar teorias sobre a expressão muito conhecida: “O tempo perguntou ao tempo quanto tempo o tempo tem; o tempo respondeu ao tempo que o tempo tem tanto tempo quanto tempo o tempo tem”.

Paul Sutter, que nem deve conhecer esta frase, elaborou um artigo no Live Science sobre o que é realmente o tempo. A noção de tempo será sempre a mesma, constante? Nunca muda?

Paul tenta desde logo responder à pergunta comum: o tempo é relativo?

Começa por se ler que “o tempo é a progressão aparente dos eventos do passado para o futuro” e que há muitas experiências comuns relacionadas com o tempo: as causas levam naturalmente aos efeitos, lembramos o passado, mas não o futuro, e a evolução do tempo “parece ser contínua e irreversível”.

Mas Albert Einstein defendia que a experiência do fluxo do tempo é relativa, depende do observador e da situação. Isto choca com a ideia de Isaac Newton, do “relógio mestre” que mantinha o tempo sincronizado em todo o universo.

Einstein, o homem da “dilatação do tempo”, da teoria da relatividade geral, escreveu sobre a relatividade especial: os relógios em movimento funcionam lentamente; quanto mais rápido nos movemos no espaço, mais lentamente progredimos no tempo; quanto mais perto estivermos da velocidade da luz, maior será esse efeito.

E indicou que relógios atómicos em elevações diferentes medem o tempo em ritmos diferentes. Ainda há menos de dois meses, cientistas mostraram que dois relógios atómicos separados por um milímetro medem tempos diferentes. Terá sido a medição mais exacta de sempre, em relação à tal dilatação do tempo.

Segunda pergunta: é possível viajar no tempo?

A relatividade mostra que “saltar no tempo é perfeitamente aceitável”. E recordamos um cenário já equacionado várias vezes: entre dois irmãos gémeos, se um estiver a viajar no Espaço próximo da velocidade da Luz, vai ficar mais jovem do que o seu irmão gémeo que ficou na Terra.

No entanto, uma viagem ao passado parece ser impossível. Todas as experiências, todas as observações realizadas até agora, apontam para essa “proibição” de viajar no tempo. Não há qualquer mecanismo conhecido na Física que permita viajar para o passado.

Ainda faltam explicações mais concretas – e consensuais – para esta impossibilidade de viajar no tempo.

Terceira e última questão: o tempo pode ser revertido?

Exemplo: vemos um vídeo que mostra uma bola a subir e a cair no solo. Estamos a ver o vídeo na ordem correcta ou na ordem inversa? Não sabemos. A maioria das leis e equações utilizadas pelos físicos é simétrica no tempo, pode ser revertida.

Mas depois surge o conceito de entropia, uma espécie de medida da desordem do sistema, que parece respeitar um fluxo de tempo. A segunda lei da termodinâmica revela que a entropia aumenta sempre num sistema fechado – e essa evolução não pode ser revertida.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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