O modelo de Governo será como o primeiro de Cavaco Silva, que obteve menos de 30% dos votos. Fazer da oposição “vilã” é a ideia central.
Prestes a liderar o próximo governo de Portugal (ao que tudo indica), o líder do PSD vai assumir as rédeas com uma estratégia política semelhante àquela que foi definida por Aníbal Cavaco Silva no seu primeiro Governo, em 1985, quando venceu as eleições legislativas em condições parecidas com as de Luís Montenegro — menos de 30% dos votos.
O plano passa por liderar a agenda com medidas fortes que melhorem a vida das famílias, e “ficar à espera” que a oposição assuma o risco e a responsabilidade de as chumbar, tornando-se a “vilã” do filme político.
“O modelo de Governo é o primeiro de Cavaco Silva: um Governo muito ativo e combativo”, confessa um alto dirigente do PSD ao Correio da Manhã esta quinta-feira: “Há todo o espaço para começar a trabalhar no primeiro dia e tomar medidas.”
Mãos à obra. Será mesmo essa a mentalidade dentro da AD, que quer implementar medidas novas até ao final de julho, avança o matutino, com os olhos postos no Orçamento de Estado para 2025 (OE2025).
Uma moção de censura, apresentada pelo antigo Partido Renovador Democrático (PRD), do ex-Presidente da República Ramalho Eanes, derrubou o primeiro Executivo de Cavaco com o PSD, ao fim de 18 meses de governação.
O seu mandato terminou quando o PSD alcançou uma maioria absoluta (50,2%) nas eleições legislativas de 1987, permitindo a formação do segundo governo liderado por Cavaco. Se este governo frágil de Montenegro for derrubado pela oposição, o objetivo do PSD será alcançar a maioria absoluta em novas legislativas.
A confirmar-se o mais provável na sequência das eleições legislativas do passado domingo, Luís Montenegro será o próximo primeiro-ministro de Portugal e, com uma vantagem mínima — e aliás histórica — diante do PS, os próximos meses serão um teste à sua capacidade de segurar o poder.
Com uma maioria relativa, cenário que deve vir a ser confirmado pelo presidente da República, o líder do PSD vai depender de negociações e acordos, “diálogo” e do cumprimento de promessas e das “responsabilidades” de outros partidos.
Por enquanto, o Presidente da República ainda está a ouvir todos os partidos. Se na terça-feira começou pelo PAN, que elegeu uma deputada: a líder do partido Inês de Sousa Real, na quarta-feira foi a vez do Livre, numa reunião em Belém em que Ruyi Tavares alertou para o agravamento da “crise do regime” e que ainda há votos por contar (os dos círculos das comunidades portuguesas no estrangeiro) que podem alterar os resultados das eleições.
Esta quinta-feira, a CDU vai falar com Marcelo Rebelo de Sousa a Belém. O Bloco de Esquerda será ouvido na sexta-feira. No sábado, toca à Iniciativa Liberal.
A próxima semana está reservada para o “pódio eleitoral”.
Na segunda-feira, dia 18, é a vez do Chega. Na terça-feira, dia 19, é a vez do “derrotado assumido” PS. Por fim, é a vez da coligação AD (PSD/CDS-PP/PPM), no dia 20 (quarta-feira).
Em 1985 Depois de muitas negociações anteriores levadas a cabo por Mário Soares, foi quando entramos para a União Europeia. Houveram então fundos para esbanjamentos, até porque além dos fundos que foi recebendo, Cavaco vendeu o “Carmo e a Trindade. Foi esse, o tempo das “vacas gordas”.
Ficaram então as despesas que se repercutiram para os anos seguintes, e os apoios foram-se esgotando.
Bom, agora o amigo Luís Montenegro também tem uma folga, vamos a ver se ele vai poder fazer “floreados”.
Ficamos a ver se vai haver dinheiro para pagar a despesa nos anos que aí vêm, porque essa vai ficar!
Talvez tenham que ser feitos cortes em salários e congelar carreiras para salvar a situação.
E tudo isto considerando que não há mais trabalhadores neste país a não ser a função pública.