A campanha sobre distúrbios da coagulação avisa: é urgente falar sobre algo que muitas mulheres nem sabem que têm.
As coagulopatias congénitas são doenças genéticas que afectam a coagulação do sangue.
Entre as origens, estão: défices de um ou vários fatores de coagulação, défice do FvW (doença de von Willebrand), ou défices de agregação plaquetária.
Podem ter vários níveis de gravidade e podem afectar significativamente a qualidade de vida das suas portadoras.
A Associação Portuguesa de Hemofilia e de outras Coagulopatias Congénitas (APH) realizou um estudo com dados de 2021 e, em Portugal, havia cerca de 2 mil pessoas com hemofilia ou doença de von Willebrand, além de 600 com outras coagulopatias congénitas raras.
Mas haverá muitas mais pessoas com coagulopatias – e não sabem. Serão pessoas sub-diagnosticadas, com condições várias ao nível das coagulopatias.
A APH, tendo noção de milhares de portuguesas sofrem de distúrbios da coagulação e não sabem, lançou uma campanha: O Pior das Coagulopatias na Mulher? É Não Saber.
A campanha surge porque estima-se que 5% das mulheres com cerca de 30 anos consultem o médico por menstruação abundante.
E aí, se todas as mulheres com menstruação abundante forem testadas, em 10%-20% diagnostica-se um distúrbio da coagulação subjacente.
Mas muitas mulheres, que vão sangrando natural e regularmente durante um largo período da sua vida, nem sabem que têm doença hemorrágica. Podem ficar a vida toda sem saber.
“É urgente falar de Coagulopatias na Mulher”, lê-se no comunicado da campanha.
A APH quer que mais portugueses conheça, as doenças hemorrágicas ou coagulopatias, sobretudo as mais frequentes e que têm maior impacto na saúde e qualidade de vida das mulheres.