O Peru tem um “Portão dos Deuses”. Mas ninguém sabe para que serve

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Flickr/Andrew Reilly

Portal dos Deuses, no Peru

A ligação do monumento à civilização Inca é notória, mas os historiadores acreditam que o portal é muito anterior.

Numa das laterais da montanha Hayu Marca, no sul do Peru, um portal constituído por uma porta de pedra foi gravado na superfície rochosa. Ao longo da sua história, foram várias as tentativas implementadas para conhecer as suas origens, as quais foram infrutíferas, mas que estão certamente relacionadas com a história da antiga cultura peruana.

A estrutura fica perto do Lago Titicaca, o maior lago de água doce da América do Sul, e a sua descoberta não remonta há muitos anos, já que aconteceu apenas em 1996, pelos olhos de José Luis Delgado Mamani, um guia turístico local. Como não é de estranhar, desde então, muitas são as teorias e as lendas que surgiram sobre a sua construção e utilização.

Segundo o site IFL Science, nos últimos 4000 anos, a área envolvente das montanhas e do Lago e montanha Titicaca recebeu múltiplas comunidades indígenas, nomeadamente a civilização Inca. Esta população acreditava até que aquele lago era o sítio exato onde o mundo havia sido criado e para onde as almas regressavam após a morte.

O local pode também foi utilizado como centro de peregrinação e adoração para os Incas, como resultado das suas propriedades sobrenaturais.

Já no que respeita ao portal, com sete metros de altura e largura, este inclui também uma pequena abertura com forma de porta no centro. Apesar de ainda não se saber ao certi o propósito da sua construção, aqueles que a visitam relatam uma sensação de segurança e paz, com alguns a pousaram a cabeça ali, à semelhança do que é tradição fazer-se no muro das lamentações, em Israel.

A ligação com civilização Inca é notória, mas os historiadores acreditam que o portal é muito anterior. Ainda assim, este foi batizado com o nome de Aramu Muru, uma lenda Inca.

De acordo com as lendas, enquanto fugia dos espanhóis, um sacerdote Inca chamado Aramu Muru levou consigo um disco solar dourado conhecido como “a chave dos deuses dos sete raios“, o qual foi guardado no templo de Koricancha, em Cusco. Após transportar o objeto por mais de 450 quilómetros, desde o templo até ao portal, o sacerdote terá colocado o disco junto à porta, a qual terá aberto para o Muru passar e desaparecer.

Embora acreditando que a lenda possa oferecer uma fonte de conforto para alguns, a história de Aramu Muru também é uma referência ao desespero sentido por uma civilização devastada por, e eventualmente perdida por, forças invasoras.

Como o território inca foi invadido por espanhóis, o ouro incas e os seus recursos naturais foram roubados, e no seu lugar, os exércitos invasores deixaram varíola que rapidamente se espalhou e acabou por contribuir para a queda do império inca em 1592.

ZAP //

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