O “odioso sobrinho” de Hitler alistou-se na Marinha dos EUA para lutar contra o tio

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Bettmann / US Navy

William Patrick Hitler, sobrinho de Adolf Hitler (esq)

Há 82 anos, William Patrick Hitler, meio-sobrinho de Adolfo Hitler, alistou-se na Marinha dos EUA para combater o regime Nazi.

Depois de várias tentativas, que incluíram uma carta ao Presidente Franklin D. Roosevelt, William conseguiu uma autorização especial do FBI para se juntar ao combate.

Entrou para a Marinha dos EUA em março de 1944., com o posto de farmacêutico-adjunto.

De acordo com o Museu do Ar de Lyon, William Patrick Hitler passou o último ano da Segunda Guerra Mundial, perto da frente de combate, a auxiliar as tropas feridas, até ter sido atingido com estilhaços numa perna.

Devido aos seus ferimentos, diz-se que terá recebido a Coração Púrpura —  condecoração militar dos Estados Unidos, outorgada pelo Presidente a todos os integrantes das Forças Armadas que sejam feridos ou mortos durante o serviço militar, desde 5 de abril de 1917.

Porque se alistou na Marinha dos EUA?

Segundo o Insider, as suas intenções de combater contra o tio eram bastante claras.

William nasceu no Reino Unido e teve pouca relação com Hitler no início da sua vida. Embora se tenham encontrado várias vezes, o meio-sobrinho escreveu vários artigos a criticar o tio e o regime Nazi — no final dos anos 20 e início dos anos 30 — que provocaram tensão.

Segundo o The New York Times, a postura de Hitler para com William alterou-se ao longo dos anos, principalmente quando este se mudou por um curto período de tempo para a Alemanha.

Ainda assim, Hitler referia-se a ele como “o meu odioso sobrinho”.

Quando fugiu para o Reino Unido, William escreveu um artigo para a revista Look intitulado por Why I Hate My Uncle (Porque é que eu odeio o meu tio), que recebeu atenção generalizada e despertou a curiosidade sobre o que é que faria a seguir.

Sabe-se que William tentou juntar-se às forças armadas do Reino Unido, mas foi rejeitado devido aos seus laços familiares. O mesmo aconteceu quando tentou nos EUA, anos mais tarde. Juntou-se, por pouco tempo, à Força Aérea Canadiana, mas em 1944, era a Marinha dos EUA que lhe interessava.

A paixão de William para entrar em combate contra o tio fê-lo endereçar uma carta diretamente ao presidente dos EUA, Roosevelt.

Identificou-se como “sobrinho e único descendente do chanceler e líder da Alemanha”, de acordo com a Warfare History Network. Elogiou a “liderança magistral” dos EUA e das forças aliadas, envolvendo homens de todos os quadrantes “a travar uma guerra desesperada”.

Com todas as razões para lutar contra o seu tio, William apelou: “Sr. Presidente, apresento-lhe respeitosamente este pedido para saber se me é permitido juntar-me a eles na sua luta contra a tirania e a opressão“.

O Museu Aéreo de Lyon conta que Roosevelt passou a carta ao Diretor do FBI, J. Edgar Hoover, que permitiu que o sobrinho de Hitler se juntasse à Marinha dos EUA.

Depois da guerra, William Patrick Hitler permaneceu ao serviço da Marinha dos EUA até 1947.

Nos seus últimos anos de vida, mudou o seu apelido para Stuart-Houston e dirigiu um laboratório de análise de sangue em Nova Iorque até morrer, em 1987.

Teresa Campos, ZAP //

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