O manuscrito de Charles Dickens foi finalmente decifrado e transcrito

1

Americano com formação em tecnologias de informação foi o responsável por decifrar a maior porção do documento.

Depois de lançado o repto para que os interessados na matéria se dedicassem a tentar decifrar e transcrever o conteúdo da Carta de Tavistock, um dos manuscritos deixados por Charles Dickens, o britânico que fazia uso de uma versão modificada da braquigrafia (um sistema de taquigrafia desenvolvido no século XVIII), já foi encontrado um vencedor das 300 libras (354 euros) oferecidas. O vencedor é Shabe Baggs, profissional de tecnologias de informação da Califórnia, que diz ter tido um pressentimento deu que estava “no caminho certo” quando entregou os seus palpites.

Tal como nota o Observador, os manuscritos de Charles Dickens estão repletos de manchas de tinta, com grafismos pouco legíveis, e amontoados entre linhas rabiscadas e inclinadas. Para além do aspeto, o autor também era particular apreciador de taquigrafia, um sistema que visava o uso de abreviaturas para poupar tempo na escrita.

A carta em questão estava guardada numa biblioteca em Nova Iorque e foi escrita com tinta azul em papel timbrado na Casa Tavistock, uma residência em Londres onde Dickens escreveu “Bleak House”.

Ainda segundo a mesma fonte, o documento foi descarregado milhares de vezes em várias zonas do globo. No entanto, apenas 16 pessoas foram capazes de apresentar soluções para o problema, apesar de nenhuma ter conseguido interpretar e decifrar a totalidade do mistério. A instituição responsável por dinamizar o projeto aconselhou ainda os participantes a usar guias de braquigrafia, prática descrita no romance David Copperfield, do mesmo autor, como um “mistério estenográfico selvagem”. Tiveram ainda acesso a um caderno no qual Dickens explicava alguns dos símbolos que utilizava: “@” para “sobre” e um tipo angular de “t” remete pata “extraordinário”.

Segundo Claire Wood, professora de Literatura Vitoriana na Universidade de Leicester, promotora do projeto, juntamente com Hugo Bowles, professor de Inglês da Universidade de Foggia, “os descodificadores ajudaram realmente a esclarecer este período conturbado da vida de Dickens”. De acordo com as informações divulgadas, a carta tem agora 70% da sua transcrição completa.

ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.