Um novo laser raio-x promete revolucionar a forma como os cientistas observam e compreendem os processos químicos, a nível molecular e atómico.
É o Linac Coherent Light Source II (LCLS-II) do National Accelerator Laboratory na Califórnia (SLAC), nos EUA, que produz os raios-X mais luminosos do Mundo.
Esta máquina revolucionária é capaz de gerar raios-X, em média, 10.000 vezes mais potentes do que a instalação LCLS original.
Isso foi possível graças a uma reestruturação de um tubo metálico de três quilómetros que os eletrões percorrem, que foi revestido com nióbio – um metal que suporta eletrões energéticos ,quando resfriado a cerca de -271°C.
A investigadora Nadia Zatsepin, da La Trobe University, na Austrália, explicou, ao New Scientist, a importância desta inovação, enfatizando que a tecnologia permitirá aos cientistas observar detalhadamente processos bioquímicos em escala atómica: “Usar estes raios-X permitiu-nos observar em detalhe, sem precedentes, como os processos bioquímicos ocorrem à escala atómica”.
Com o LCLS-II, os cientistas poderão criar “filmes moleculares” para visualizar processos biológicos complexos, como a visão dos mamíferos, a fotossíntese e a ligação de medicamentos.
Mike Dunne, do SLAC, admitiu que o processo foi desafiante, mas recompensador: “É uma ferramenta científica muito ampla, como um microscópio poderoso que pode olhar para tudo, desde materiais quânticos a sistemas biológicos até à química catalítica e à física atómica, e observará todos eles e muitos, muitos mais.
A capacidade do LCLS-II de visualizar processos bioquímicos em detalhe sem precedentes vem abrir portas para avanços em várias áreas, desde a biologia molecular até à física quântica.