O lago mais improvável de Roma, que nem sequer devia existir, motivou uma luta pela proteção ambiental do local.
No anos 90, num local de construção a apenas alguns quilómetros a leste do Coliseu de Roma, estava em marcha um grande projeto para transformar uma antiga fábrica têxtil em expansão. O objetivo era construir um parque de estacionamento subterrâneo.
Segundo o Atlas Obscura, alguns membros da comunidade local opuseram-se à nova construção, mas de nada valeu. Durante os trabalhos, a equipa de escavação cortou um aquífero e o local acabou por inundar. O projeto de construção foi então abandonado e, do desastre, nasceu um lago.
Durante as últimas três décadas, o Lago ex Snia inspirou cineastas e músicos, galvanizou ambientalistas e ativistas comunitários, e, durante os dias mais dolorosos da pandemia de covid-19, proporcionou um refúgio para os mais esgotados e fartos do confinamento.
O lago tem uma superfície de cerca de 7.000 metros quadrados e uma profundidade máxima de sete metros. A sua carga bacteriana é muito baixa e, apesar de a água não ser potável, foi declarada segura para a prática de natação.
Em julho do ano passado, uma parte do local foi oficialmente declarada monumento natural, um “corredor ecológico” no meio de uma área urbana densa. No entanto, a maior parte da área ainda é propriedade privada e não goza do mesmo estatuto protegido.
O futuro incerto do lago, do parque e da área que o rodeia tem motivado ambientalistas e outros defensores do oásis urbano. Em 2014, o grupo italiano de hip hop “Assalti Frontali” lançou a canção “Il Lago Che Combatte” (“O lago que luta”), que chamou a atenção nacional para a tensão de longa data entre promotores e ativistas ambientais.
Mas foi durante a pandemia que os habitantes locais começaram realmente a apreciar o lago como uma fuga do asfalto e do betão.
O estatuto de oásis urbano deu um novo impulso à longa campanha para se obter proteção para todo o local, e não apenas para a parte que foi declarada monumento natural.
