O fim do apoio dos EUA à Ucrânia vai fazer sofrer… a cidade natal de Biden

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President of Ukraine / Wkimedia Commons

O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy em visita à Fábrica de Artilharia do Exército de Scranton

A cidade de Scranton depende da indústria de armas para sobreviver. Agora, o cenário pode estar a mudar para esta pequena zona industrial norte-americana.

O nome Scranton pode dizer mais aos portugueses por ser palco da famosa série The Office, mas é também a terra natal do anterior presidente dos EUA, Joe Biden.

Tem 75 mil habitantes e fica no norte do estado da Pensilvânia, nos EUA, a uns longínquos 7.560 km de Kiev, a capital ucraniana. Mas está a ser afetada pela decisão de Donald Trump de suspender a ajuda militar enviada para a Ucrânia.

Biden era um grande apoiante do envio de ajuda militar para a Ucrânia, e foi na cidade onde nasceu que o governo dos EUA construiu a Fábrica de Artilharia do Exército de Scranton, que desde a invasão da Ucrânia aumentou a produção de artilharia com o objetivo de a enviar para o campo de batalha.

A fábrica de artilharia de Scranton, juntamente com uma outra grande fábrica de munições na região, “garante que os combatentes tenham munições quando e onde necessário e continua a reforçar os stocks dos EUA em todo o mundo”, disse o tenente-general Chris Mohan, citado pela BBC.

De acordo com a NPR, a cidade era, antes da guerra, essencialmente um centro de extração de carvão e de pequenas fábricas americanas, mas depende agora das instalações de defesa da zona para obter empregos bons e bem remunerados.

De facto, a empresa tem um impacto de 2,4 mil milhões de dólares (2,22 mil milhões de euros) na área e é o maior empregador industrial da região. Em setembro de 2024, o exército estava a produzir 36 mil projéteis por mês, face a 24 mil seis meses antes.

“Scranton tem uma história muito orgulhosa de apoio à Ucrânia”, disse a presidente da câmara, Paige Cognetti, “e tem sido um par de semanas muito difícil aqui, à medida que vemos esse apoio a diminuir por parte da administração dos EUA”.

“Temos várias igrejas ucranianas aqui. Temos uma grande diáspora de ucranianos americanos”, contou ainda.

“Ver a política dos EUA mudar e, potencialmente, os EUA virarem as costas à Ucrânia é realmente aterrador”, diz, e tanto de um ponto de vista internacional, como para a própria cidade: este local “é um empregador muito importante. Os empregos são realmente de alta qualidade. São empregos bem pagos, que sustentam a família”.

Com o fim do apoio militar à Ucrânia anunciado pelo presidente norte-americano Donald Trump, os habitantes de Scranton, e as centenas de trabalhadores desta fábrica, que inclusivamente já foi visitada pelo presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, temem pelo seu futuro — e pelo do povo ucraniano.

Um habitante da cidade, Brandon Lux, diz que “se o governo suspender todo o financiamento à Ucrânia neste momento, isso terá definitivamente implicações no que acontece aqui na nossa cidade”.

ZAP //

1 Comment

  1. ” ESTA A BRINCAR COM FOGO ” – Será que Portugal vai reviver a ITALIA em épocas passadas , não muito remotas , em que se trocava Governo a cada ” mês ” ? uma tempestade política que nunca se acabava O caos político e administrativo Haja eleições !!! ´joaoluizgondimaguiargondim – [email protected]

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