O ferro foi o primeiro e único metal de transição da vida

Jena Johnson / University of Michigan

Núcleo de perfuração de uma formação de ferro na África do Sul

Os organismos vivos utilizam pequenas quantidades de metais para realizar as suas funções biológicas, tal como a respiração, a transcrição do ADN, a transformação de alimentos em energia ou qualquer outro processo essencial à vida.

Segundo o Phys.org, os metais estão presentes desde que os organismos unicelulares flutuavam nos primeiros oceanos da Terra.

Num novo estudo, publicado esta segunda-feira no Proceedings of the National Academy of Sciences, os investigadores acreditam que o ferro foi o primeiro e único metal de transição da vida.

“Argumentamos que a vida só dependia de materiais com os quais pudesse interagir  e que o oceano primitivo, rico em ferro, tornaria outros metais de transição essencialmente invisíveis”, diz a primeira autora do estudo Jena Johnson, em comunicado.

Os cientistas criaram um modelo que atualizou as previsões das concentrações de certos metais, incluindo ferro, manganês, cobalto, níquel, cobre e zinco, que poderiam estar disponíveis nos oceanos da Terra quando a vida surgiu.

“O que mudou drasticamente com a ocorrência do Grande Evento de Oxigenação não foi propriamente a concentração destes outros oligoelementos, o que mudou foi a diminuição de ferro dissolvido”, explica o coautor do estudo, Theodore Present.

O Grande Evento de Oxigenação deu-se em dois grandes momentos, um no período Paleoproterozóico e outro no período Neoproterozóico.

Seguidamente, conseguiram estimar a disponibilidade e a concentração máxima  destes elementos para os primórdios da vida. Além disso, exploraram quais os metais disponíveis nos oceanos primitivos e quais os metais a que as biomoléculas simples se ligariam nestas soluções ricas em ferro.

Para determinar se o ferro funcionaria em metaloenzimas que atualmente dependem de outros metais, os cientistas investigaram a forma como a vida utiliza determinados metais.

Em cada caso, encontraram exemplos de como o ferro ou o magnésio podem ser substituídos e que o zinco não é o único metal que a enzima pode utilizar.

Através do estudo, é possível concluir que a queda da abundância de ferro forçou a vida a gerar estes metais para sobreviver, mas isso também permitiu novas funções e a diversidade da vida atual.

Soraia Ferreira, ZAP //

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