O curioso caso de Griezmann e a artimanha do Atlético para não o pagar

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Rodrigo Jimenez / EPA

Griezmann tem jogado menos de 30 minutos por jogo, alegadamente numa tentativa de o Atlético de Madrid fugir ao pagamento de 40 milhões de euros pelo seu passe.

O internacional francês Antoine Griezmann tem dado que falar nos últimos tempos. Esta temporada, o avançado tem entrado sempre em campo já para lá do minuto 60, não contando ainda com nenhum jogo a titular.

Aconteceu isso contra o FC Porto, em que o autor do golo da vitória dos colchoneros só jogou 30 minutos, mas também nas outras partidas em que alinhou. Griezmann fez 29 minutos com o Getafe, 29 com o Villarreal, 27 com o Valência e 28 com a Real Sociedad.

A razão pode não ser uma opção tática de Diego Simeone, mas sim uma cláusula no acordo de empréstimo entre o Atlético de Madrid e o Barcelona. Suspeitando de má-fé no uso do jogador, o Barcelona vai avançar com uma queixa em tribunal contra o clube rival.

Segundo a imprensa espanhola, o acordo do empréstimo de Griezmann prevê a opção de compra obrigatória, no valor de 40 milhões de euros, se o jogador cumprir mais de 60 minutos em campo entre 12 a 14 jogos da época.

Ao que parece, o Atleti tem evitado utilizador o francês a titular numa tentativa de evitar que a cláusula seja acionada e tenha de pagar os 40 milhões de euros pelo passe do atleta de 31 anos.

Contudo, segundo o jornal espanhol Sport, os serviços jurídicos do Barcelona têm outro entendimento da situação.

Depois de ter estado cedido ao emblema madrileno na época passada, o empréstimo seria prolongado por mais uma temporada se o jogador atuasse em mais de metade dos encontros em que estivesse apto para jogar.

Esta condição foi cumprida e o empréstimo de Griezmann foi renovado por mais uma época. Agora, o Barcelona entende que o Atlético de Madrid já não pode evitar a opção de compra obrigatória no final desta temporada — deixando a cláusula de se aplicar após o prolongamento da cedência.

Enquanto o caso se prepara para avançar para tribunal, Antoine Griezmann abordou a questão após o jogo com os ‘dragões’.

“É o que temos, a decisão não está nas minhas mãos. Agradeço a Deus por estar aqui. Claro que quero jogar mais, mas vou dar tudo de mim nos minutos que tenho. Sinto-me jogador do clube, estou feliz, quero dar tudo pelo clube, pelo Cholo [Simeone] e pelos adeptos”, atirou o gaulês.

Diego Simeone, por sua vez, argumenta que se trata de uma opção técnica com base na capacidade física do próprio jogador.

“Estamos juntos há muitos anos, e temos muito carinho um pelo outro. Além disso há uma realidade, os números. A última temporada foi irregular, mas esperamos que esteja forte. Tem-nos servido bem, demonstra o que vale nesses minutos. O que podemos ver é a realidade, é que em 30 minutos ele está muito bem. Em 60 minutos não sabemos… eu sigo a realidade”, explicou o treinador argentino.

Instado a comentar a questão, o presidente do Atlético de Madrid, Enrique Cerezo, não quis falar sobre assuntos de titularidades.

“O Antoine é um grande jogador e estou muito feliz por ele estar connosco. É uma ótima pessoa e tenho um ótimo relacionamento com ele. Só posso dizer que ele é um jogador magnífico. Nunca me meto em questões de onzes, titularidades, esse tipo de questões”, disse Cerezo ao jornal As.

Daniel Costa, ZAP //

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