As diferenças entre homens e mulheres estendem-se ao órgão do coração, comprova um estudo que envolveu quase 3 mil adultos. Esta investigação de 10 anos apurou que o coração não envelhece da mesma forma nos dois géneros.
A pesquisa, realizada na Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, nos EUA, analisou 2.935 adultos com idades entre os 45 e os 84 anos, sem problemas cardiovasculares, ao longo de 10 anos.
E os resultados do estudo, concluíram os investigadores, revelam uma “discrepância fascinante” entre homens e mulheres.
O estudo, publicado na Radiology, focou-se no ventrículo esquerdo, que bombeia o sangue oxigenado do coração para o corpo.
À medida que as pessoas envelhecem, essa capacidade de bombeamento diminui, mas este declínio acontece de forma diferente nos dois géneros.
Nos homens, o músculo do coração em torno deste ventrículo torna-se maior e mais espesso com o avançar da idade, enquanto nas mulheres mantém o seu tamanho ou fica mais pequeno.
“Homens e mulheres podem desenvolver doenças do coração por razões diferentes”, diz o líder da investigação, John Eng, professor da Universidade Johns Hopkins, citado pelo Live Science.
“Os nossos resultados são uma demonstração cabal do conceito de que a doença do coração pode ter uma pato-fisiologia diferente em homens e mulheres e da necessidade de tratamentos à medida que abordem tão importantes diferenças biológicas”, acrescenta João Lima, investigador da Escola de Medicina da mesma universidade.
As diferenças verificadas entre géneros mantiveram-se mesmo depois de controlados os valores da massa corporal, da pressão arterial e do colesterol e independentemente dos níveis de exercício e do consumo de tabaco dos participantes.
Este estudo integra o projecto de investigação “Estudo Multi-Étnico da Arteriosclerose” (MESA), iniciativa de longo prazo que acompanha cerca de 7 mil participantes, de diversas etnias, para apurar os factores que influenciam as suas doenças cardíacas.
ZAP