Número de enfermeiros mais do que duplicou em duas décadas. Pandemia impulsionou subida

Desde 2000, o número de enfermeiros mais do que duplicou em Portugal. A pandemia teve grande peso para estes números.

Com as exigências trazidas pela pandemia de covid-19, a contratação de enfermeiros para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) foi facilitada, acelerada e reforçada, noticia o Público.

No entanto, apesar das boas notícias, Portugal mantém-se abaixo da média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), tanto em número de enfermeiros por mil habitantes, como no rácio enfermeiro-médico, que se situa em 1.6, quando a média da OCDE ascende a 2.6. Isto significa que o país conta com menos de dois enfermeiros por cada médico.

Ainda assim, o futuro não parece ser risonho. O relatório dá conta de que a enfermagem é uma profissão e é mal paga, como prova a comparação com as remunerações praticadas nos outros países da OCDE. Este facto pode fazer com que cada vez mais jovens “fujam” deste setor, o que pode trazer problemas de contratação daqui a poucos anos.

O relatório “traça um cenário negro da carreira da enfermagem em Portugal, cada vez mais na cauda da OCDE”, sintetiza a OE, lembrando que muitos enfermeiros portugueses são obrigados a optar pela emigração. A Ordem dos Enfermeiros estima que haja atualmente entre 15 a 20 mil enfermeiros a trabalhar no estrangeiro.

Salário líquido baixo, falta de progressão na carreira ou falta de recursos humanos nos serviços, que os obriga muitas vezes a fazer horas extraordinárias, são algumas das críticas que têm vindo a ser feitas nos últimos tempos.

O descontentamento atingiu um nível tal, escreve o Público, que os sete sindicatos do sector se uniram, de forma inédita, para convocar uma greve conjunta para o início deste mês – que acabaria por ser desconvocada após o chumbo do Orçamento do Estado e a crise política que se seguiu.

O certo é que, com a pandemia de covid-19, entraram muitos enfermeiros no SNS. Os dados fornecidos ao Público pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) indicam que em 2020 foram contratados 3263 novos enfermeiros para os serviços públicos.

A maior parte, metade do total, foi trabalhar para a região Norte, sendo que a região Centro passou a contar com mais 684, mais ainda do que toda a região Sul (684). O Alentejo foi reforçado com 129 e o Algarve, com 110, de acordo com os números da ACSS.

Os dados permitem perceber, porém, que uma parte dos enfermeiros recrutados (4198) tinham contratos a termo certo ou incerto.

ZAP //

 

 

 

 

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