Novos partidos querem voto a partir dos 16 anos

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Os novos partidos que concorrem às legislativas dizem que integram muitos jovens nas suas fileiras e prometem políticas direcionadas à juventude como o voto aos 16 anos, a diminuição dos valores das propinas e o incentivo ao emprego jovem.

Nas eleições legislativas de 4 de outubro, cinco novos partidos e uma coligação juntam-se à lista das habituais forças: Livre/Tempo de Avançar; Nós, Cidadãos!; Juntos Pelo Povo; Partido Democrático Republicano; Partido Unido dos Reformados e Pensionistas e a coligação Agir (que inclui também o Partido Trabalhista Português e o Movimento Alternativa Socialista).

“Pela experiência que temos, creio que o partido não existia se não fossem os jovens que o fundaram”, disse à agência Lusa Rui Tavares, fundador e cabeça de lista pelo círculo de Lisboa pelo Livre/Tempo de Avançar.

“Isso hoje está patente nos nossos órgãos eleitos […]. Não há ninguém mais velho do que 50 anos e existe muita gente abaixo dos 35”, acrescentou.

Como justificação para este interesse, Rui Tavares referiu a “nova forma de fazer política” do Livre/Tempo de Avançar, ao permitir que “o jovem se candidate e envie emendas” às propostas apresentadas.

Segundo o candidato, estão em cima da mesa medidas como o voto aos 16 anos, a diminuição dos valores das propinas e a proteção dos trabalhadores independentes.

Também o Nós, Cidadãos! defende as mesmas medidas e o combate ao abandono escolar, declarou Pedro Quartin Graça, o coordenador da comunicação do partido.

O representante deu conta de que “algumas dezenas de jovens” se têm vindo a registar como apoiantes do partido. Para isso tem contribuído a aposta na comunicação, através da escolha de “um grafismo apelativo” e da presença nas redes sociais.

“Não temos muitas mais formas de tentar estar ao nível de outras organizações [partidos], mas nas redes sociais não estamos atrás, até muito pelo contrário”, defendeu.

Por sua vez, Nuno Ramos de Almeida contabilizou cerca de 500 apoiantes da coligação Agir. Destes, “um número razoável” corresponde a jovens que nunca tinham colaborado com nenhum partido.

“O nosso foco é tentar colocar dentro do sistema democrático pessoas que foram expulsas da democracia”, sublinhou.

Em causa estão medidas contra a corrupção e a alteração dos instrumentos democráticos, nomeadamente através de referendos diretos, adiantou Nuno Ramos de Almeida.

Partido Unido dos Reformados e Pensionistas defende a restituição dos valores das reformas mas também a promoção do emprego jovem e a criação de cursos técnicos, explicou à Lusa António Mateus Dias, fundador do partido.

Inicialmente, o objetivo era “conseguir um meio legal para defender os reformados castigados pela austeridade”, mas o âmbito do PURP acabou por se alargar.

“Os jovens têm pais e avós e sabem o que nos tem custado. Somos prisioneiros nas nossas próprias casas a guardar os netos porque os pais não têm dinheiro para as escolas”, lamentou.

António Marinho e Pinto, presidente do Partido Democrático Republicano, disse à Lusa que o principal objetivo do partido é “mudar a forma como se tem vindo a fazer política”. Defende a aposta na investigação e no ensino técnico e o ajustamento da oferta curricular às necessidades das empresas.

O PDR tenciona também criar um “plano nacional de voluntariado para os jovens, que os fará ter o primeiro contacto com o mercado de trabalho e despertar as suas vocações”, referiu Marinho e Pinto.

O dirigente adiantou que existem perto de 300 jovens a colaborar com o partido “mas fora do esquema tradicional”. “Não temos ‘jotinhas’, somos todos adultos”.

O mesmo acontece no Juntos Pelo Povo. “Desde as autárquicas de 2009, comecei a perceber que os jovens viam o nosso partido como uma alternativa”, contou Filipe Sousa, presidente do partido que surgiu na Madeira.

O também presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz, na Madeira, considerou que o que difere o JPP dos restantes é a proximidade aos eleitores, permitindo conhecer casos como por exemplo os de “muitos jovens que não têm dinheiro para pagar as dívidas”.

Por isso, defendem o incentivo ao emprego jovem e a ajuda financeira complementar aos mais necessitados.

/Lusa

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