ZAP
Segunda Circular, Lisboa
Alguns dos painéis LED são (bem) grandes e podem provocar acidentes: “Não entendo como foram aprovados”. E podem ser ilegais.
Quem circula de carro por Lisboa já deve ter reparado que há novos ecrãs publicitários – até porque alguns são bem grandes, com vários metros de altura.
Estes novos painéis publicitários LED (125 no total) servem de ecrã para anúncios com vídeo, como se fossem anúncios de televisão.
E também podem servir para provocar acidentes, já que estão mesmo junto à estrada (a Segunda Circular é um dos exemplos).
O artigo 5.º do Código da Estrada proíbe a instalação, junto a vias públicas, de “quadros, painéis, anúncios, cartazes, focos luminosos, inscrições ou outros meios de publicidade capazes de perturbar a atenção do condutor, prejudicando a segurança da condução”.
Ali, há poucas dúvidas: o condutor facilmente se distrai. Por isso, estes painéis serão ilegais: “Dificilmente poderei afirmar que aquilo é legal”, reagiu o advogado João Massano, na CNN Portugal.
“Não consigo entender como a presidência de Fernando Medina autorizou isto. Alguns painéis são gigantescos. Em termos de segurança rodoviária é dramático, é do pior que há. É um crime para a segurança rodoviária”, avisa Carlos Barbosa, presidente do Automóvel Club de Portugal (ACP).
O ACP destaca que os ecrãs estão muito próximos da estrada, são muito luminosos e podem agravar as consequências de um eventual acidente na zona (são rídigos, duros).
O caso torna-se mais estranho porque a mesma Câmara Municipal de Lisboa proibiu a exibição de vídeos num painel publicitário junto ao El Corte Inglés, a partir das 20h. Aqui não haverá limitações.
Os painéis foram instalados depois de um contrato assinado entre a Câmara de Lisboa e a empresa JCDecaux. O contrato foi assinado em 2017 (Fernando Medina era o presidente) mas só agora começa a ser implementado. “Ficámos reféns” desse concurso, alega a autarquia.
Na Cidade do Porto existe um esquema criminoso também com ecrãs nas estações do Metro do Porto levado a cabo pelo Executivo do «Porto, o Nosso Partido/Porto, o Nosso Movimento/Aqui Há Porto» e a empresa que infelizmente administra esta entidade.
Colocaram vários ecrãs nas estações do metro sem que os Portuenses o tivessem pedido, e para além de não terem utilidade nenhuma, fazem poluição visual e desfiguram essas mesmas estações que antes de 2014 eram reconhecidas internacionalmente pela sua simples, limpa, e agradável arquitectura.
Junte-se a isto os monos semelhantes que também estão a ser colocados nas ruas, nos espaços e vias públicas, da Cidade do Porto.
Nada que uns “toques” não resolvam. Com menos conversa e não era assunto.