Novo tratamento restaura 90% de cabelo perdido

A queda de cabelo afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Apesar de existirem diversos tratamentos, os mesmos são dispendiosos e nem sempre são totalmente eficazes.

Agora, uma equipa de cientistas tentou compreender os mecanismos moleculares que regulam o crescimento do cabelo, o que levou a uma nova fronteira na regeneração do cabelo — os exossomas dérmicos.

Os exossomas são pequenas vesículas extracelulares que as células libertam no seu ambiente, transportando proteínas, lípidos e microRNAs que podem influenciar o comportamento das células vizinhas.

Segundo o ZME Science, o ciclo do folículo piloso divide-se em três fases: anágena (crescimento), catágena (regressão) e telógena (repouso). Para as pessoas que sofrem de queda de cabelo, o problema reside frequentemente no facto de os folículos capilares permanecerem na fase telogénica durante demasiado tempo.

Uma solução para este problema pode passar pela papila dérmica. As células da papila dérmica (PD), que se encontram na base dos folículos pilosos, desempenham um papel crucial na regulação do ciclo de crescimento do cabelo.

Num novo estudo, publicado em julho na Science Advances, os investigadores procuraram explorar o potencial do exossomas derivados da papila dérmica em modelos de ratinhos. Para tal, isolaram exossomas de células PD e cultivaram-nas em dois ambientes — uma cultura 2D padrão e uma configuração de esferóides 3D.

Após 15 dias, os ratinhos tratados com células esferóides 3D atingiram 90% de cobertura capilar. Além disso, a equipa também descobriu que os marcadores bioquímicos do cabelo aumentaram após o tratamento.

Isto sugere que os exossomas não só promovem o crescimento dos folículos capilares localmente, como também induzem uma resposta regenerativa mais generalizada em toda a pele.

Embora os tratamentos tradicionais, como o minoxidil, funcionem aumentando o fluxo sanguíneo para os folículos capilares, não abordam os problemas subjacentes no próprio folículo. Os exossomas dérmicos, pelo contrário, podem influenciar diretamente os processos celulares que regulam o crescimento do cabelo, oferecendo uma solução mais direcionada e eficaz.

Assim, os exossomas podem vir a ser utilizados para melhorar a reparação de tecidos em vários contextos.

Este método oferece uma alternativa minimamente invasiva a tratamentos mais agressivos como os transplantes capilares, que são dispendiosos e frequentemente limitados pela disponibilidade de folículos capilares de dadores.

Soraia Ferreira, ZAP //

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