Cientistas criam novo tipo de bateria sem elementos raros (e sem risco de incêndio)

(dr) TU Wien

Bateria de iões de oxigénio

Uma equipa de investigadores da Universidade Técnica de Viena (TU Wien), na Áustria, desenvolveu uma bateria de iões de oxigénio que, além de uma durabilidade fora de série, não requer elementos raros e resolve o problema dos perigos de incêndio.

As baterias de iões de lítio são cada vez mais comuns, mas não são a solução ideal para todas as aplicações. Recentemente, uma equipa da Universidade Técnica de Viena criou uma alternativa: uma bateria de iões de oxigénio.

De acordo com os cientistas, esta nova invenção pode ser “extremamente duradoura”. Além disso, não requer elementos raros para a sua produção e resolve o “problema dos perigos de incêndio”.

“As baterias de iões de lítio são, hoje em dia, omnipresentes – desde carros elétricos a smartphones. Mas isso não significa que sejam a melhor solução para todas as áreas de aplicação”, refere a equipa, em comunicado, no qual salienta que esta nova bateria pode ter “algumas vantagens importantes”.

Os cientistas usaram materiais cerâmicos para desenvolver esta bateria. Segundo o SciTechDaily, estes materiais conseguem absorver e libertar iões de oxigénio duplamente carregados negativamente. Quando é aplicada uma tensão elétrica, os iões de oxigénio migram de um material cerâmico para o outro, podendo ser forçados a migrar novamente, gerando assim corrente elétrica.

“Na verdade, o princípio básico é muito semelhante ao da bateria de iões de lítio”, explicou o investigador Jürgen Fleig. “Mas os nossos materiais têm algumas vantagens importantes”.

É verdade que a bateria de iões de oxigénio não permite densidades de energia tão elevadas quanto a de iões de lítio, mas “a sua capacidade de armazenamento não diminui irremediavelmente com o tempo“, podendo ser regenerada e, assim, permitir uma vida “extremamente mais longa”.

Além disso, pode ser produzida sem recorrer a elementos raros e ser feita a partir de materiais incombustíveis.

O comunicado reitera que estas baterias não se destinam a smartphones ou carros elétricos, uma vez que só atingem “cerca de um terço da densidade de energia a que se está habituado”, além de funcionarem a temperaturas entre os 200 e 400 °C.

No entanto, poderão ser uma “excelente solução para grandes sistemas de armazenamento de energia“.

“Se precisar de uma grande unidade de armazenamento de energia para armazenar temporariamente energia solar ou eólica, por exemplo, a bateria de iões de oxigénio pode ser uma excelente solução”, referiu Alexander Schmid, da TU Wien.

“Se construir um edifício inteiro cheio de módulos de armazenamento de energia, a menor densidade de energia e o aumento da temperatura de funcionamento não desempenham um papel decisivo. Mas os pontos fortes da nossa bateria seriam aí particularmente importantes: a longa vida útil, a possibilidade de produzir grandes quantidades destes materiais sem elementos raros, e o facto de não haver risco de incêndio com estas baterias”, acrescentou.

ZAP //

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