Uma equipa de investigadores do EPFL, na Suíça, desenvolveu um sistema mecânico inovador que ajuda a virar pacientes acamados. O dispositivo também reduz para metade a equipa necessária para o fazer.
Para virar um paciente intubado numa cama de hospital são necessárias entre cinco e seis pessoas. No caso dos pacientes em coma induzido, o procedimento é realizado pelo menos duas vezes por dia, com o objetivo de melhorar a sua respiração e prevenir úlceras de pressão.
Recentemente, uma equipa do Instant-Lab da EPFL, na Suíça, desenvolveu um sistema simples, mas inovador, que permite reduzir para apenas três pessoas a equipa necessária para virar um paciente numa cama de hospital.
O dispositivo foi testado na Escola de Enfermagem La Source, em Lausanne, e na unidade de terapia intensiva do Hospital da Universidade de Genebra (HUG) e já está pronto para produção em larga escala.
Normalmente, para virar um paciente acamado, a equipa médica coloca um lençol limpo sobre o doente – de modo a que os lençóis possam ser trocados ao mesmo tempo – e rola suavemente o paciente usando a força dos braços.
De acordo com o comunicado da EPFL, o sistema, batizado de Décubitus, usa uma espécie de braçadeira de metal para unir as partes superior e inferior dos lençóis à volta do paciente em quatro sítios: por cada ombro e por cada joelho.
Nas braçadeiras, as duas camadas de tecido são enroladas em torno de uma minúscula haste que se encaixa numa cavidade para as prender. Desta forma, o paciente fica firmemente preso entre os lençóis.
Estas peças de metal contam também com orifícios para prender cabos, que estão presos a uma espécie de elevador – o sistema de elevação normalmente usado em hospitais para transferir pacientes, que permite que o paciente seja inclinado graduadamente sem esforço físico da equipa de enfermagem.
O paciente, inicialmente em decúbito ventral, é elevado até atingir a posição lateral, sendo suavemente apoiado nas costas. O processo reverso é feito da mesma maneira.
“Este sistema muito suave permite que os cuidadores se concentrem exclusivamente na técnica de viragem correta”, disse Dominique Truchot-Cardot, médico e chefe do laboratório de inovação da Haute École de la Santé La Source, citado no comunicado.