Novo método é capaz de extrair 98% dos nanoplásticos presentes na água

Sam O’Keefe / University of Missouri

Um dos solventes utilizados na investigação

Os nanoplásticos perturbam os ecossistemas aquáticos e entram na cadeia alimentar e, consequentemente, afetam a vida selvagem e os seres humanos.

Agora, uma equipa de cientistas criou uma base líquida que elimina mais de 98 % dos nanoplásticos presentes na água.

Segundo o ScienceDaily, o novo método utiliza solventes repelentes de água feitos a partir de ingredientes naturais para absorver partículas de plástico de um grande volume de água.

Num novo estudo, publicado em junho na ACS Applied Engineering Materials, os investigadores testaram 10 soluções diferentes, cada uma delas misturada com materiais que não se dissolvem na água, como o óleo.

“A nossa estratégia utiliza uma pequena quantidade de solvente para absorver partículas de plástico de um grande volume de água”, diz o autor principal do estudo Gary Baker, em comunicado.

Todos estes solventes apresentaram pontos de fusão mais baixos quando misturados, o que significa que as misturas têm mais probabilidades de serem líquidas à temperatura ambiente do que as amostras puras.

Uma vez misturado com a água e separado novamente, o solvente voltou a flutuar à superfície, transportando os nanoplásticos na sua estrutura molecular.

Seguidamente, a equipa de cientistas descobriu que 3 das misturas funcionavam mais eficazmente — duas eram misturas de um ácido gordo enquanto que a terceira era uma mistura de mentol e um extrato de tomilho.

“Estes solventes são fabricados a partir de componentes seguros e não tóxicos, e a sua capacidade de repelir a água evita a contaminação adicional das fontes de água, tornando-os numa solução altamente sustentável”, conclui a primeira autora do estudo, Piyuni Ishtaweera.

Por fim, os cientistas esperam conseguir determinar a capacidade máxima do solvente e aplicar o processo em lagos e, eventualmente, oceanos. Além disso, pretendem explorar métodos para reciclar os solventes, permitindo a sua reciclagem quando necessário.

Segundo o Centro de Ciências do Mar e Ambiente (MARE), os nanoplásticos conseguem atravessar as membranas celulares do corpo, interferem com os recetores e ativam processos inflamatórios. Além disso, estas partículas podem afetar as células intestinais e cerebrais.

Soraia Ferreira, ZAP //

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