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Novo método permite eliminar a bioincrustação marinha eficazmente

Um projeto inovador demonstrou como os revestimentos de superfície eletricamente carregados podem eliminar a bioincrustação marinha ou o crescimento de organismos marinhos, melhorando a operação e manutenção de embarcações navais.

A bioincrustação marinha é um fenómeno que causa graves problemas e enormes prejuízos às indústrias do setor marítimo em todo o mundo pelo que, desde tempos ancestrais, têm sido utilizadas tintas anti-incrustantes para combater este processo.

No entanto, estas apresentam uma elevada toxicidade para o ambiente marinho pelo que o seu uso, na maioria dos casos, foi expressamente proibido.

Agora, uma pesquisa tem como objetivo desenvolver aplicações práticas que possam acabar com o flagelo da bioincrustação marinha de uma forma mais ecológica.

Mats Andersson, professor do Flinders Institute for Nanoscale Science & Technology, referiu que as últimas inspeções das amostras mostraram que a pesquisa estava a ter um desempenho excecionalmente bom.

De acordo com o investigador, os testes mostram que “a incrustação pode ser reduzida significativamente e, em alguns casos, completamente eliminada nas superfícies que são revestidas com uma tinta condutora e sujeitas a stresse eletroquímico”.

“Estamos surpreendidos por funcionar tão bem. Pelo que sabemos, não há muita pesquisa a ser feita e embora a nossa experiência seja específica para o Rio do Porto, em Adelaide, pode ser aplicada a qualquer superfície que esteja submersa no oceano”, realça.

As mais recentes experiências anti-incrustantes testaram uma variedade de materiais, revestimentos e ciclos elétricos, comparando-os com amostras sem tensão elétrica.

A ASC, que mantém e atualiza a frota de submarinos da Classe Collins da Austrália, está a apoiar a pesquisa inovadora ao fornecer consultoria, laboratório e instalações para submergir as amostras.

O principal engenheiro de desenvolvimento de materiais da ASC, Mikael Johansson, disse que a bioincrustação marinha tem causado obstruções em áreas-chave do casco dos navios que eram demoradas e caras para limpar.

Isto porque os “navios de guerra e os submarinos usam água do mar nos sistemas de resfriamento de propulsão e sistemas de armas – até mesmo no ar-condicionado. Garantir que as válvulas de entrada, que permitem a entrada da água, não fiquem obstruídas com vida marinha, é uma prioridade”, referiu Johansson .

“Esta pesquisa pode levar à proteção de várias partes dos cascos de submarinos da Classe Collins, levando a menos interrupções nas operações navais e menos manutenção”, acrescentou ainda.

Segundo o Phys, estima-se que a eliminação da bioincrustação marinha custe milhões para as companhias de navegação e marinhas em todo o mundo a cada ano.

Ana Isabel Moura, ZAP //

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