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Novo estudo: o suspense no fim de um episódio deixa as audiências… [continua]

HBO

Agarradas. De acordo com um estudo recente, as audiências ficam mesmo “penduradas” no fim de um episódio que acaba em suspense.

Um estudo recente descobriu que os cliffhangers, artifícios comuns usados no enredo para induzir suspense no fim de uma narrativa, não diminuem o prazer da audiência em comparação com os finais de história tradicionais, onde o protagonista ou antagonista sai vitorioso.

O estudo, liderado por Lindsay Hahn, investigadora da da Universidade de Buffalo,  investigou a relação complexa entre suspense, envolvimento da audiência e resolução narrativa.

“Nós não gostamos de ficar em suspense“, explica Hahn à Phys.org. “Precisamos de resolver o estado nocivo em que o suspense nos deixa, e isso torna mais provável que a audiência sinta necessidade de descobrir o que acontece na continuação da história”.

Na sua investigação, a equipa de investigadores explorou as reações de quase 500 participantes quando expostos a um cliffhanger, e comparou as respostas da audiência a diferentes conclusões narrativas.

Os resultados do estudo foram apresentados num artigo publicado no início deste mês na revista Media Psychology.

De acordo com as autoras do estudo, as respostas dos participantes, a quem foram dadas narrativas que terminavam de uma de três formas (com um cliffhanger, uma vitória do protagonista ou um triunfo do antagonists) desafiam a suposição de que os cliffhangers reduzem o prazer da audiência.

“Os cliffhangers não são menos agradáveis do que os finais positivos, nem mais agradáveis do que os negativos — estão algures no meio”, diz Hahn.

Assim, os cliffhangers podem servir como uma ferramenta eficaz para os escritores convencerem a sua audiência a passar à próxima parte de uma história — sem sacrificar o seu prazer.

De acordo com o estudo, que abordou também o uso histórico dos cliffhangers, estes artifícios são usados com eficácia desde o século XIX — como é o caso da série de histórias de “The Old Curiosity Shop” de Charles Dickens, que tinha leitores à espera no cais de Nova Iorque para comprar o fascículo seguinte.

Embora a televisão seja a plataforma por excelência dos cliffhangers, este estudo focou-se especificamente em narrativas escritas, destacando as diferenças significativas nos padrões de consumo entre ler e assistir a uma série.

Os serviços de streaming tornaram possível ver uma série inteira de uma vez, enquanto o processo de escrita e publicação de um livro muitas vezes faz com que os leitores esperem anos pelo volume seguinte.

Esse é o caso notório dos leitores de George R. R. Martin, que desesperavam durante anos pelo capítulo seguinte da sua saga “Game of Thrones” — ao contrário dos espetadores da série da HBO, que apenas tiveram que esperar uns meses, no fim da quinta temporada, para saber que Jon Snow

ZAP //

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