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Um novo tipo de tempestade assolou Saturno (e intrigou os cientistas)

NASA/JPL/SSI

Imagem dos anéis de Saturno, pela sonda Cassini

Uma equipa de astrónomos detetou um novo e estranho fenómeno meteorológico que atingiu a atmosfera de Saturno, causando uma série de ciclones.

As tempestades em causa atingiram a região do pólo norte do planeta no ano passado, entre março e outubro, mas os detalhes da descoberta só esta semana foram publicados na revista científica especializada Nature Astronomy. Ao todo, foram detetadas quatro.

O fenómeno foi notado pela primeira vez através de fotografias captadas por astrónomos amadores: as imagens mostravam manchas brancas distintas perto do pólo norte de Saturno. Estes astrónomos enviarem as fotografias para um repositório online.

Através de modelos computacionais, uma equipa internacional de cientistas, composta por investigadores dos Estados Unidos, Espanha, Austrália e França, estimou depois a energia envolvida nas tempestades e concluiu que os fenómenos observados não eram semelhantes a nenhuma outra tempestade no planeta.

Estes ciclones destacam-se por terem mais do dobro do diâmetro do que é habutal. exigindo uma quantidade de energia mais de dez vezes maior, observa a Phys.

Além disso, estas tempestades prolongaram-se por muito mais tempo do que as tempestades mais comuns em Saturno, sendo significativamente menores e cem vezes menos poderosas do que as tempestades periódicas que são registadas no planeta.

“Este é um novo tipo de tempestade que nos está a dizer algo sobre os mecanismos de formação desconhecidos” destes ciclones, afirmou Enrique García-Melendo, astrónomo da Universidade Politécnica da Catalunha, em Espanha, e um dos principais autores do estudo citado pelo portal Astronomy.

Por sua vez, Linda Spilker, cientista do projeto Cassini – missão da NASA desenhado para estudar Saturno – que não participou do estudo, acredita que este novo fenómeno “adiciona uma peça importante ao puzzle gigante” que é a atmosfera de Saturno.

“Ao aprender mais sobre [as tempestades de Saturno], talvez possamos melhor entender o clima do próprio planeta”, acrescentou.

Os outros dois tipos de tempestades

Até agora, detalha o Canal Tech, eram conhecidos dois tipos de tempestade em Saturno: as pequenas, com aproximadamente 2000 quilómetros de extensão e as chamadas Grandes Manchas Brancas. Como o nome sugere, o segundo tipo refere-se a tempestades gigantes, dezes vezes maiores que as demais, podendo, em alguns casos, dar uma volta completa em torno do planeta.

As tempestades menores podem durar alguns dias, mas as Grandes Manchas Brancas duram meses. Os astrónomos só conseguiram detetar sete deste tipo desde 1876.

Com a nova descoberta, os astrónomos depararam-se com um tipo novo de tempestade com tamanho intermédio: são diferentes das outras não apenas em tamanho, mas também em duração, chegando a durar de 1 semana e meia até 7 meses.

As quatro tempestades intermédias surgiram numa época que coincide com o ciclo do aparecimento das Grandes Manchas Brancas, que ocorrem a a cada ano saturniano, ou seja, a cada 30 anos terrestres.

Os cientistas acham que a formação destas tempestades depende de interações entre o vapor de água, diferenças sazonais na exposição à luz solar e a atmosfera complexa do planeta. Contudo, o procedimento não é ainda muito bem conhecido.

ZAP //

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