Novo biomarcador pode levar ao diagnóstico precoce da doença de Alzheimer

Uma nova investigação revelou um caminho altamente promissor para diagnosticar a doença de Alzheimer mais cedo, após a análise detalhada de alguns biomarcadores no sangue.

Atualmente, o Alzheimer é diagnosticado quando um paciente apresenta dificuldades significativas de memória e pensamento que afetam o seu quotidiano. Apesar de ainda não haver cura para esta condição, o diagnóstico é feito numa fase tardia da progressão da doença.

Agora, uma equipa da Universidade de Melbourne, na Austrália, liderada por Brandon Mahan, está a desenvolver um exame de sangue para diagnóstico precoce do Alzheimer.

Segundo o EurekAlert, os cientistas aplicaram, pela primeira vez, técnicas de geoquímica analítica inorgânica, originalmente desenvolvidas para a cosmoquímica – nomeadamente, para estudar a formação e evolução da Terra, da Lua, de outros planetas e amostras de asteróides.

A equipa adaptou essas técnicas altamente sensíveis para procurar biomarcadores precoces de Alzheimer no soro sanguíneo humano.

Em laboratório, os investigadores compararam os níveis de isótopos de potássio de 20 amostras de sangue provenientes de dez pacientes saudáveis e de dez pacientes com Alzheimer.

O teste, minimamente invasivo, avalia os níveis relativos de isótopos de potássio no soro sanguíneo humano e tem o potencial de diagnosticar a doença antes que o declínio cognitivo ou outros sintomas se tornem aparentes.

“O nosso teste é escalável e, ao contrário dos diagnósticos baseados em proteínas, evita problemas de estabilidade da amostra porque avalia um biomarcador inorgânico”, explicou Mahan.

O diagnóstico clínico desta doença baseia-se na análise do histórico médico, exames neurológicos, avaliações cognitivas, funcionais e comportamentais, imagens cerebrais e análise de proteínas do líquido cefalorraquidiano ou amostras de sangue.

“O diagnóstico precoce permitiria mudanças no estilo de vida e medicamentos que podem ajudar a retardar a progressão da doença. As famílias teriam, assim, mais tempo para tomarem medidas para reduzir os impactos sociais, emocionais e financeiros da demência”, adiantou o investigador.

Este pequeno estudo piloto, cujo artigo científico foi publicado na Metallomics, identificou com sucesso a doença de Alzheimer e mostrou um poder de diagnóstico precoce que pode rivalizar com os principais exames de sangue atualmente usados no diagnóstico clínico.

A doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência. Atualmente, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), existem mais de 33 milhões de casos em todo o mundo.

ZAP //

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