Imagine um avião capaz de o levar até ao outro lado do mundo durante a tarde e que o traga a casa a tempo do jantar. Parece uma brincadeira mas é uma hipótese que está cada vez mais próxima de se tornar realidade.
O projeto tem um nome, chama-se Skylon, e é um avião que pode voar para qualquer lugar do mundo em apenas quatro horas graças ao seu super motor.
O projeto, desenvolvido pela Reaction Engines, deu esta semana mais um passo em frente para se tornar realidade, depois de a empresa britânica ter anunciado uma nova parceria com a gigante aeroespacial BAE Systems, cujo apoio financeiro, juntamente com um considerável investimento do Governo do Reino Unido, vai ajudá-la a desenvolver o seu motor inovador já em 2020, sendo os voos de teste possíveis cinco anos mais tarde.
Caso se torne realidade, o avião será ultra rápido graças ao seu motor inovador chamado, na sigla ingelsa, de SABRE – Synergetic Air-Breathing Rocket Engine. Este motor opera de duas formas para permitir que a aeronave entre diretamente no espaço numa única etapa, a chamada fase única para orbitar.
Em primeiro lugar, o motor aspira o oxigénio do ar atmosférico para queimar combustível com hidrogénio líquido na câmara de combustão. Depois de estar fora da atmosfera, o motor altera-se para o formato mais convencional, o de oxigénio líquido a bordo.
Outra das inovações mais significativas é também o sistema de refrigeração. O motor utiliza uma tecnologia ultra-leve (cem vezes mais leve do que as habituais) que consegue arrefecer correntes de ar extremamente quentes (superiores a 1.000° C) para menos de 150° C em menos de 1/100 de segundo.
De acordo com a equipa responsável pela sua produção, uma aeronave alimentada por este motor será capaz de atingir velocidades cinco vezes mais altas que a do som enquanto ainda está na atmosfera da Terra. De seguida, o motor passa para o modo foguete, atingindo velocidades de voo espacial, tão rápidas que equivalem a 25 vezes a velocidade do som.
Embora este projeto seja ainda um sonho, os novos investimentos levados a cabo pela BAE Systems e pelo governo britânico vão permitir que a empresa valide o projeto e inicie os testes daqui a cinco anos.
“Esta parceria representa um marco importante na transição de uma empresa, que tem estado focada na pesquisa e nos testes de tecnologias facilitadoras para o motor SABRE, para uma que agora está focada no desenvolvimento e teste do primeiro motor SABRE do mundo”, afirmou Mark Thomas, um dos principais responsáveis pela Reaction Engines.
ZAP / HypeScience