Há novas pistas sobre a misteriosa morte de Beethoven

(CC0/PD) Wikimedia

Ludwig van Beethoven pintado por Joseph Karl Stieler.

A morte daquele que é considerado um dos melhores compositores de sempre, Ludwig van Beethoven, está envolta em mistério.

O músico morreu em 1827, vítima daquilo que se pensava ter sido uma pneumonia, contraída durante um duro inverno que assolou a Áustria. Beethoven teve ainda complicações hepáticas e intestinais antes da morte.

No entanto, há várias teorias para explicar a sua verdadeira causa de morte. Alguns peritos falam numa possível cirrose alcoólica, enquanto outros mencionam sífilis, hepatite infecciosa, sarcoidose e doença de Whipple como possíveis causas.

Em 2005, uma análise de fragmentos cranianos do célebre compositor indicavam que tinha morrido vítima de intoxicação por chumbo. Os exames confirmaram análises anteriores feitas nos fios de cabelo de Beethoven, que revelaram uma forte concentração de chumbo no seu organismo.

“A presença de chumbo nos fragmentos ósseos do crânio também indica que o seu envenenamento por chumbo não era recente, mas durou muitos anos”, destacaram os cientistas, na altura, afirmando que “não há nenhuma dúvida” de que tinha morrido envenenado.

O possível envenenamento por chumbo teria sido provocado por doses excessivas consumidas durante tratamentos receitados pelo seu médico.

Um novo estudo sugere agora o que pode ter contribuído para a sua morte depois de cientistas sequenciarem todo o seu genoma a partir do seu cabelo. Antes e depois da morte do compositor, amigos cortaram cachos do seu cabelo e preservaram-nos.

Os cientistas pretendiam esclarecer os problemas de saúde de Beethoven, que incluem a perda auditiva progressiva pouco depois dos 20 anos e que eventualmente levou-o a ficar surdo em 1818.

“Não conseguimos encontrar uma causa definitiva para a surdez ou problemas gastrointestinais de Beethoven. No entanto, descobrimos vários fatores de risco genéticos significativos para doenças do fígado”, disse Johannes Krause do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva, em comunicado citado pela EurekAlert.

O estudo foi publicado esta quarta-feira na conceituada revista científica Current Biology.

“Também encontramos evidências de uma infeção pelo vírus da hepatite B, o mais tardar, meses antes da doença final do compositor. Estes [problemas] provavelmente contribuíram para a sua morte”, acrescentou Krause.

De acordo com a IFLScience, o estudo também sugere um “evento” extraconjugal na família van Beethoven. Isto porque o cromossoma Y do artista não corresponde ao dos seus conhecidos parentes modernos.

Foi do pai, Johann, que Ludwig recebeu as suas primeiras aulas de música. A partir dos cinco anos de idade, o seu pai passou a obrigá-lo a estudar música diariamente, durante várias horas. Johann era um alcoólico, levando o pequeno Ludwig a ter uma infância infeliz, segundo registos históricos.

Daniel Costa, ZAP //

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