As autoridades da Nova Zelândia continuam a árdua tarefa de retirar da praia de Golden Bay, na ilha Sul, as mais de 300 carcaças de baleia que morreram, neste fim-de-semana. E têm também que lidar com o risco de os animais explodirem.
Depois de mais de 600 baleias-piloto terem ficado encalhadas na praia de Golden Bay, na ilha Sul da Nova Zelândia, dezenas de pessoas ajudaram a salvar cerca de 400 animais. Mas os restantes morreram e são, agora, um imenso problema para as autoridades neo-zelandesas.
Além das questões logísticas, associadas à necessidade de retirar mais de 300 cadáveres que atingem cerca de 6 metros de comprimento, o Departamento de Conservação da Nova Zelândia (DOC) está ainda preocupado com a possibilidade de as baleias explodirem, devido à acumulação de gases, durante o processo de decomposição.
Esta circunstância levou as autoridades a proibirem o acesso a toda a área da praia e a lançar o apelo às populações para a contactarem se encontrarem carcaças de baleias nas costas próximas, que possam ter flutuado para longe do local onde morreram.
“A área está, actualmente, fechada ao público por causa do risco de as baleias explodirem”, salienta o DOC num comunicado citado pela agência Reuters.
Os elementos do DOC estão a abrir buracos nas baleias, usando facas e agulhas de dois metros, para “libertar os gases internos que acumulam pressão”, podendo gerar uma explosão, afiança a mesma fonte.
“Já vi baleias a explodir, não é uma vista bonita”, destaca por seu turno, o porta-voz do DOC, Herb Christophers, citado pelo site Phys.org.
“Infelizmente, quando uma baleia aquece, acumula-se muita pressão no seu corpo e a única opção é explodirem”, explica ainda Amanda Harvey, também do DOC, à televisão neo-zelandesa TVNZ, conforme declaração transcrita pelo Phys.org.
As autoridades vão demorar vários dias a retirar as carcaças da praia, deslocando-as para um local inacessível, onde vão ficar em decomposição natural.
As causas do encalhamento continuam, entretanto, por conhecer, mas admite-se que possa ter sido motivado pelas águas lamacentas e de baixa profundidade da praia que “confundem os sonares das baleias, deixando-as vulneráveis” perante a “maré vazante”, conforme explica à Reuters um elemento da organização de ambiente marinho Project Jonah.
Entre 1976 e 2000, foram registados 165 encalhamentos de baleias-piloto na Nova Zelândia, num total de 6000 animais envolvidos, segundo dados divulgados pela Sky News. O evento deste fim-de-semana terá sido o terceiro maior encalhamento de sempre.