Recentemente, uma equipa da University of New South Wales (UNSW) em Sydney, na Austrália, desenvolveu uma tinta cerâmica que pode ser impressa em 3D com células vivas e sem produtos químicos perigosos, frequentemente associados a este processo.
A impressão 3D e a medicina andam de mãos dadas já há alguns anos. Agora, esta parceria acaba de dar mais um importante passo.
Segundo o Interesting Engineering, a equipa da universidade australiana desenvolveu uma tinta cerâmica que pode ser impressa em 3D com células vivas e sem produtos químicos perigosos. Esta inovação poderia permitir que os ossos fossem impressos em 3D diretamente no corpo humano.
Iman Roohani, bioengenheiro da Escola de Química da UNSW, explicou, em comunicado, que, ao contrário dos materiais até agora desenvolvidos, esta técnica “oferece uma maneira de imprimir construções in situ que imitam a estrutura e a química do osso”.
O método mais comum usado para reparar ossos é o chamado enxerto ósseo autólogo, uma técnica com altas taxas de infeção associadas e que não funciona se a quantidade de material ósseo necessária for grande.
Esta nova tinta é uma boa alternativa, já que poderia ser impressa em 3D num ambiente aquoso que imita o corpo humano. A substância assume a forma de uma pasta à temperatura ambiente, mas, assim que é colocada num “banho de gelatina”, endurece numa matriz de nanocristal muito semelhante à estrutura do tecido ósseo real.
Apesar de a ideia de imprimir estruturas que imitam ossos em 3D não ser propriamente nova, esta é a primeira vez que o material pode ser criado à temperatura ambiente, com células vivas e sem produtos químicos agressivos ou radiação.
O próximo passo será testar com modelos animais para descobrir se as células vivas nas réplicas ósseas continuam a crescer depois de serem enxertadas nos tecidos ósseos.
O artigo científico foi publicado no dia 20 de janeiro na Advanced Functional Materials.