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Nova técnica pode duplicar taxa de sucesso de fertilização in vitro

Ekem / wikimedia

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Uma investigação feita por cientistas de universidades nos Estados Unidos e na China afirma que o mapeamento genético de óvulos fertilizados pode duplicar as hipóteses de sucesso em fertilizações in vitro.

Os testes foram conduzidos por cientistas das universidades de Harvard, nos Estados Unidos, e Pequim, na China. Os resultados foram publicados nesta semana na revista científica Cell.

A fertilização in vitro é uma técnica usada para ajudar casais que estão com problemas para ter filhos. O óvulo da mulher e o esperma do homem são fertilizados em laboratório, e posteriormente implantados no útero feminino.

O desafio é identificar quais dos óvulos fertilizados são os mais saudáveis, com maiores probabilidades de levar a uma gravidez bem-sucedida.

 

Mapeamento genético

Em geral, os cientistas costumam tirar células do embrião – quando ele já está a desenvolver-se – e analisá-las. Mas muitas vezes estes exames não detectam problemas genéticos do embrião.

O novo método, desenvolvido pelos cientistas nos Estados Unidos e na China, analisa substâncias conhecidas como “glóbulos polares”, que são fragmentos de células dos embriões. A partir destes, os cientistas fazem um mapeamento genético completo.

A técnica poderá ajudar a detectar casos de problemas genéticos do embrião e riscos de aborto natural.

“Teoricamente, se isto funcionar bem, conseguiremos duplicar o índice de sucesso da tecnologia de bebés proveta – de 30% para 60%, ou até mais”, diz Jie Qiao, cientista da universidade de Pequim que trabalhou no estudo.

A pesquisa foi feita com análises de 70 óvulos fertilizados “in vitro”, todos de voluntárias no estudo.

O invesigador Xiaoliang Sunney, da universidade de Harvard, disse à BBC que a técnica pode favorecer mulheres que já tiveram casos mal-sucedidos de gravidez e querem tentar novamente ter filhos.

No entanto, Yacoub Khalaf, um cientista britânico – que não participou na pesquisa, mas analisou as suas conclusões – recomenda cautela sobre o assunto.

Khalaf, investigador do Guy’s Hospital, de Londres, disse à BBC que mapeamentos deste tipo podem ser animadores na teoria, mas que na prática ainda é preciso observar resultados mais conclusivos.

Problemas de fertilidade afetam cerca de 15% de casais em todo o mundo, levando muitos a buscar soluções como fertilização in vitro.

ZAP / BBC

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