O presidente da Federação Basca de Futebol anunciou que a inclusão da seleção do País Basco em competições da UEFA e da FIFA já é assunto analisado pelo governo de Madrid.
A seleção de futebol do País Basco foi criada há muitos anos. Há mais de um século: o primeiro jogo registado decorreu em 1915, numa vitória por 6-1 contra a seleção da Catalunha; na altura era ainda uma equipa do “norte” da federação espanhola, até que em 1930 surgiu a oficial Baskoniako selekzioa, a seleção do país basco.
A equipa parou durante o período da ditadura de Franco mas, no final da década 1970, voltou e tem realizado dezenas de jogos, nunca com carácter oficial. Por lá passaram, só nas últimas décadas, futebolistas como Aduriz, Aitor Karanka, Mendieta, Xabi Alonso, Fernando Llorente, Muniain, Iñaki Williams, Lizarazu e… Julen Lopetegui.
A última partida da seleção basca realizou-se já nesta semana, na segunda-feira. A Euskadi derrotou a Costa Rica por 2-1, com golos de Muniain e de Núñez.
São todos jogos não reconhecidos pela UEFA e pela FIFA mas esse cenário pode mudar em breve. Na Radio Euskadi, o presidente da Federação Basca de Futebol anunciou que a inclusão da seleção do País Basco em competições da UEFA e da FIFA já é assunto analisado pelo governo de Madrid.
“Parece que há um pré-acordo entre o Governo Basco e o Governo Central para incluir as seleções desportivas bascas a nível internacional. Podemos ser considerada uma seleção oficial a médio ou longo prazo”, afirmou Luis Mari Elustondo.
A federação basca aprovou, há quase dois anos, a elaboração de um pedido oficial, junto da UEFA e da FIFA, para ser incluída nas duas entidades. O pedido já foi entregue mas, admite o presidente, “teme-se uma resposta negativa“.
“Mas sabemos que a UEFA vai receber-nos. Mesmo que depois reencaminhem o assunto para a Federação Espanhola de Futebol”, comentou o dirigente. A federação vai abordar o assunto, num futuro próximo, mas só o governo espanhol pode confirmar a participação dos bascos em competições oficiais.
As probabilidades de resposta afirmativa não têm sido muito altas mas, desta vez, Luis Mari Elustondo está mais confiante: “Não sei o quão próximos estamos da oficialização. Mas estamos mais perto porque entretanto fizeram-se coisas que antes estavam paradas”.
“Se houver acordo entre os governos, aí teremos um caminho mais limpo, mas há que encarar isso com calma, sem deixar de insistir”, acrescentou Elustondo.