Nova-iorquinos estão a usar inversores de matrículas ao estilo de James Bond para não pagar portagens

Vincent van der Pas / Flickr

Desde pintar certos dígitos, usar substâncias para turvar as câmaras ou inversores de matrículas, os nova-iorquinos estão a usar vários truques para evitar pagar uma nova portagem introduzida em Manhattan.

Para tentar combater os congestionamentos constantes no centro da cidade de Nova Iorque, a Governadora Kathy Hochul anunciou recentemente a introdução de uma portagem de 9 dólares para entrar em Midtown Manhattan, que entrou em vigor no último domingo e faz a cobrança através do registo das matrículas dos carros.

Com o que Hochul não contava era o engenho — ou a chico-espertice — dos nova-iorquinos, que estão a utilizar vários truques inusitados para esconder as matrículas.O fenómeno reflecte o problema das “matrículas fantasma”, que custa à cidade centenas de milhões de dólares por ano.

Segundo o New York Post, esta técnicas incluem riscar ou modificar os dígitos, pintar por cima dos números ou aplicar revestimentos translúcidos para tornar as matrículas ilegíveis para as câmaras de portagem.

Um truque comum consiste em mascarar um único dígito ou letra da matrícula. Por exemplo, um carro tinha um “L” pintado de branco para se misturar com o fundo, enquanto outro usava tinta cinzenta para ocultar um “E” e um “0”.

Estas modificações subtis podem confundir os leitores de portagens montados nos pórticos da Autoridade Metropolitana de Transportes (MTA), impedindo a identificação correta do veículo.

Técnicas mais elaboradas incluem curvar as placas, a aplicação de riscos brancos em toda a superfície ou a utilização de substâncias translúcidas que criam um efeito turvo e refrativo sob os flashes das câmaras.

Alguns condutores inspiraram-se nas brincadeiras dos tempos de escola, utilizando fita adesiva ou tinta para alterar os números – por exemplo, transformando um “6” num “8”.

Outras táticas incluem a colocação de matrículas falsas de concessionários, que podem ser facilmente removidas ou trocadas, ou a utilização de aparelhos de alta tecnologia como os inversores de matrículas que parecem saídos de um filme de James Bond e permitem aos condutores esconder as suas matrículas com o premir de um botão.

A prevalência destas táticas suscitou a preocupação das autoridades. O vereador do Bronx, Oswald Feliz, que defendeu uma legislação contra as matrículas fantasma, alertou para o facto de o problema poder agravar-se à medida que os condutores tentam evitar as portagens de congestionamento. “Se já estão a usar matrículas fantasma para passar sinais vermelhos e acelerar, vão certamente pensar em usá-las para fugir às portagens”, disse Feliz.

A governadora Kathy Hochul, falando numa conferência de imprensa na segunda-feira, reconheceu a reação do público contra a portagem e comprometeu-se a acompanhar de perto a sua eficácia. “Vamos analisar os dados, incluindo os tempos de resposta a emergências e os padrões de tráfego, para compreender o impacto da portagem”, disse Hochul.

ZAP //

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