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Cientistas desenvolvem uma nova forma de medir a pressão arterial (com uma selfie)

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Uma equipa de cientistas no Canadá e na China está a desenvolver uma nova e revolucionária forma de detetar a pressão arterial: uma selfie.

Uma equipa de investigadores da Universidade de Toronto, no Canadá, com a ajuda de colegas do Hospital Universitário de Hangzhou, na China, estão a desenvolver uma forma de ler a pressão arterial que seja tão fácil como tirar uma selfie.

Recentemente, os cientistas fizeram uma demonstração de uma aplicação para smartphone que permite aos utilizadores detetar a pressão do sangue.

“Estamos a usar uma tecnologia chamada espectroscopia optica transdérmica“, explicou Kang Lee, psicólogo da Universidade de Toronto e autor principal do artigo científico publicado na revista da American Heart Association.

O investigador é um dos fundadores da Nuralogix, startup que lançou a Anura – a app que pretende usar a luz para “transformar o seu telemóvel num assistente pessoal de saúde”.

Segundo explica Lee, a luz emitida pela câmara do telemóvel reage às proteínas no sangue que se concentram perto de onde houver oxigénio, tal como a hemoglobina. Através de algoritmos, a equipa foi capaz de traduzir as medidas em leituras de pressão sanguínea.

Com a possibilidade de tirar 900 fotografias em 30 segundos, consegue-se uma leitura precisa em 95% dos casos testados.

Mas há um problema: a aplicação ainda não foi testada em pessoas com um tom de pele mais escuro, já que os voluntários para os primeiros testes foram quase todos canadianos ou chineses.

A melanina, responsável por dar tom à nossa pele, também é uma proteína. Por isso, é preciso que este mecanismo de medição – uma técnica chamada imagem óptica transdérmica – consiga distinguir a luz que “faz ricochete” na melanina e aquela que o faz com a hemoglobina.

Os carros sem condutor, por exemplo, têm mais dificuldade em identificar uma pessoa de cor, e a maioria das imagens usadas para treinar algoritmos na identificação de manchas cancerígenas também são de pessoas com pele clara. Estas máquinas não vão funcionar tão bem na identificação de problemas de saúde em pessoas de cor, e o problema agrava-se quando são essas pessoas que menos acesso aos cuidados de saúde têm.

De acordo com a Quartz, a hipertensão é uma doença que afeta particularmente negros e latinos. Além disso, o maior problema desta condição é não ter sintomas. Independentemente de ser um “assassino silencioso“, as consequências são muito graves: enfartes, acidentes vasculares cerebrais, problemas nos rins e no cérebro são alguns deles.

Quando a pressão fica descontrolada, o coração é o maior afetado, uma vez que não recebe sangue e oxigenação suficientes. O acidente vascular cerebral (AVC) é outra consequência frequente da hipertensão.

ZAP //

2 Comments

  1. No título do artigo é dito: “uma nova forma de medir a pressão arterial (com uma selfie)”. Mais adiante é dito: “estão a desenvolver uma forma de ler a pressão arterial que seja tão fácil como tirar uma selfie”. À primeira vista no título deveria ser “como uma selfie”, certo?

    • Caro António,
      O titulo está correcto. No texto, é “tão fácil como tirar uma selfie” porque é (literalmente) tirar uma selfie.
      Ou seja, tão fácil no sentido de “basta tirar uma selfie”.

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