Os resultados de um novo estudo sugerem que uma nova versão da dieta mediterrânica pode ter ainda mais benefícios para a saúde do que a original.
Classificada como Património Mundial e Imaterial da Humanidade pela UNESCO, a dieta mediterrânica é considerada um dos padrões alimentares mais saudáveis do mundo e conta com um conjunto de conhecimentos, práticas e tradições partilhadas por muitos países do Mediterrâneo.
Os benefícios desta dieta para a saúde são bem conhecidos. Agora, um novo estudo sugere que a restrição adicional de carne e um aumento paralelo do consumo de vegetais ricos em proteínas pode beneficiar ainda mais o estado cardiometabólico e reduzir o risco de doenças cardiovasculares.
“A dieta mediterrânica, baseada no maior consumo de alimentos vegetais, provou ser melhor do que a dieta com baixo teor de gordura amplamente recomendada para a redução do risco cardiometabólico e prevenção de doenças cardiovasculares”, disse Gal Tsaban, investigador na Universidade Ben-Gurion.
Os cientistas procuraram descobrir se uma versão mais ‘verde’ da dieta mediterrânica, com mais nozes e chá verde, e com menos carnes, poderia ser ainda melhor para a saúde, escreve o portal Sci-News.
Os voluntários foram divididos em três grupos: o primeiro recebeu orientações sobre como aumentar a atividade física e orientações básicas para alcançar uma alimentação saudável; o segundo recebeu ainda conselhos sobre como seguir uma dieta mediterrânica tradicional com restrição calórica; e o terceiro recebeu aconselhamento sobre como seguir uma versão ‘verde’ com restrição calórica semelhante da dieta mediterrânica.
Os resultados foram esclarecedores. Os voluntários que estavam em ambos os tipos de dieta mediterrânica perderam mais peso. A dieta saudável fez perder, em média, 1,5 kg; a dieta mediterrânica clássica fez perder 5,4 kg; e a dieta mediterrânica ‘verde’ fez perder 6,2 kg.
O grupo da dieta mediterrânica ‘verde’ alcançou perdas maiores no chamado colesterol “mau”, chegando aos 6,1 mg/dl, uma redução de quase 4%.
Os investigadores constataram ainda melhorias em fatores de risco cardiovascular e metabólico dos voluntários que seguiram a nova versão da dieta mediterrânica. Verificou-se uma diminuição da tensão arterial, resistência à insulina e um importante marcador de inflamação, a proteína C reativa. Além disso, a proporção de colesterol “bom” para colesterol “mau” também aumentou.
“As nossas descobertas sugerem que a restrição adicional da ingestão de carne com um aumento paralelo de alimentos ricos em proteínas à base de plantas pode beneficiar ainda mais o estado cardiometabólico e reduzir o risco cardiovascular, além dos efeitos benéficos conhecidos da dieta mediterrânea tradicional”, escrevem os autores.
Os resultados do estudo foram publicados, este mês, na revista científica Heart.