A descoberta de uma nova cratera na Sibéria relançou o debate sobre o misterioso aparecimento destes gigantescos buracos, causados por desabamentos, descobertos no ano passado sob o solo siberiano.
“Acabamos de saber que na Iacútia, região da Sibéria, novas informações indicam a existência de uma cratera gigantesca de um quilómetro de largura”, declarou Vassili Bogoiavlenski, diretor-adjunto para os trabalhos científicos do Instituto de Pesquisa sobre Petróleo e Gás da Academia de Ciências russa.
Uma expedição ao local deverá determinar o que esteve na origem da formação desta cratera.
Em julho passado, a descoberta de uma cratera de 80 metros de largura na península de Yamal, no noroeste da Sibéria, suscitou numerosas interrogações relativas à origem.
Os cientistas, que identificaram posteriormente seis crateras semelhantes na mesma região e no norte da região de Krasnoiarsk, no centro da Sibéria, consideraram este fenómeno estreitamente relacionado com o aquecimento climático.
É “semelhante à erupção de um vulcão“, explicou Bogoiavlenski.
“O subsolo siberiano, ao fundir, liberta metano, que se acumula até à explosão do solo, formando crateras”, acrescentou.
Os cientistas procuram ainda determinar o perigo destes buracos. O metano é um gás extremamente inflamável, o que pode constituir um perigo, quando uma destas crateras se situa perto de uma exploração de gás natural.
Existem outras crateras, mas não foram identificadas por se terem transformado em lagos.
“Quando surgem, as crateras estão vazias e, a pouco e pouco, vão-se enchendo de água. Em dois ou três anos, transformam-se em lagos e então é difícil o seu estudo”, afirmou.
Algumas crateras apareceram há várias dezenas ou centenas de anos, mas passaram despercebidas por estarem em regiões remotas, sublinhou Bogoiavlenski.
/Lusa