Em breve poderá ser possível medir sem esforço os sinais vitais de um doente, como a pulsação, a respiração e até mesmo a tensão arterial— através da leitura do rosto.
Segundo o Tech Explorist, os instrumentos tradicionais podem brevemente vir a ser substituídos por um novo método que envolve um scan de 30 segundos do rosto do paciente, utilizando tecnologia de câmara, software e Inteligência Artificial para produzir resultados semelhantes aos atuais.
Num novo estudo, publicado o mês passado no Infectious Diseases, os cientistas analisaram e testaram este método em mais de 200 doentes com suspeita de Covid-19, demonstrando uma melhor avaliação e diagnóstico da gravidade.
A tecnologia de IA forneceu dados essenciais sobre o ritmo cardíaco, a saturação de oxigénio e a pressão arterial dos pacientes. Apesar dos resultados serem animadores, é necessária ainda validação para garantir a exatidão das medições.
“O novo método de IA permite que as medições sejam mais rápidas, mais convenientes para o doente, mais fáceis para o prestador de cuidados de saúde e envolvem menos risco de propagação de infeções através do equipamento de medição”, afirma o médico e primeiro autor do estudo, Stefan Malmberg, em comunicado.
“Este tipo de investigação é crucial para o desenvolvimento de novas tecnologias de cuidados de saúde”, acrescenta.
Os doentes que recorrem a cuidados de saúde com sintomas de dores de garganta, tosse e febre constituem um grupo significativo de doentes. Embora estas doenças sejam grande parte das vezes inofensivas, também podem indicar doenças graves como a pneumonia, Covid-19 e a síndrome de Lemierre.
É importante encontrar métodos para avaliar rapidamente e eficazmente a gravidade destes sintomas e fornecer um tratamento eficaz quando necessário, sem prescrever desnecessariamente antibióticos.
A utilização incorreta dos medicamentos pode levar ao desenvolvimento de bactérias cada vez mais resistentes, o que leva à redução da eficácia dos tratamentos.
Ainda recentemente a Organização Mundial da Saúde revelou que o uso excessivo de antibióticos durante a pandemia da covid-19 pode ter agravado a resistência antimicrobiana (RAM) a nível mundial.
Assim, “encontrar ‘a agulha no palheiro‘ é importante quando se trata de doenças infecciosas. A maioria das pessoas não beneficia com os antibióticos, mas no caso de infeções graves, o tratamento atempado e adequado pode salvar vidas”, conclui Stefan.