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Nos canais de Utrecht, os peixes têm uma “campainha” para passar pela barreira

Quando os peixes desovam pelos canais de Utrecht, nos Países Baixos, costumam ser bloqueados pela eclusa Weerdsluis. Agora, a cidade lançou a primeira campainha para peixes do mundo.

De acordo com o Dutch Review, o sistema oficialmente conhecido como visdeurbel inclui uma câmara subaquática colocada na eclusa Weerdsluis e ligada à Internet que filma os peixes que esperam em frente à comporta, um dispositivo que levanta e baixa barcos entre trechos de água de diferentes níveis.

Os residentes de Utrecht, que conseguem observar os peixes numa transmissão ao vivo, podem pressionar uma campainha digital para dar ao tratador local um sinal quando os peixes chegam.

Ao receber o alerta, o funcionário verificará a câmara e, se concordar que realmente há peixes suficientes, abrirá o portão para deixar os animais passarem.

A campainha desempenha um papel importante ao permitir que os peixes migrem entre as águas mais quentes e profundas no inverno e as águas mais rasas, onde se reproduzem no verão.

Com este método, os peixes são capazes de começar a reprodução muito mais cedo. Além disso, como já não ficam presos num lugar, têm menos hipótese de serem mortos por predadores como mergulhões e corvos-marinhos, explica o NewAtlas.

“Temos de ver o Oudegracht como uma rodovia para peixes. Às vezes, vê-se literalmente dezenas de peixes a debater-se na frente do portão”, disse Mark van Heukelum, especialista em natureza subaquática.

Esta campainha é um dos projetos de Utrecht que educa os residentes da cidade sobre a vida rica e diversificada nas águas dos canais locais.

A ecologista urbana de Utrecht, Anne Nijs, está entusiasmada com o projeto. “Não é apenas de grande importância para os peixes, mas também uma ótima forma de ensinar mais aos moradores de Utrecht sobre a vida nos nossos canais”, afirmou.

De acordo com o NLTimes, desde que foi revelada há pouco mais de duas semanas, a campainha já tocou mais de 32 mil vezes. A câmara permanecerá ativa até ao final de maio, altura em que a a maior parte dos peixes terminará a sua migração.

Maria Campos, ZAP //

 

 

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