Hillary Clinton criticou fortemente o senador Bernie Sanders, que pretende ser o candidato democrata às eleições presidenciais norte-americanas de 2020. “Ninguém gosta dele, ninguém quer trabalhar com ele, nunca conseguiu fazer nada”, afirmou.
Numa entrevista ao Hollywood Reporter, a propósito de declarações no novo documentário “Hillary” que estreará em breve, Clinton não quis responder se apoiaria Sanders e se faria campanha por ele caso seja o candidato democrata em 2020, noticiou o Diário de Notícias.
“Está no Congresso há anos. Tinha apenas um senador a apoiá-lo. Ninguém gosta dele, ninguém quer trabalhar com ele, nunca conseguiu fazer nada”, disse Clinton no filme produzido pela Hulu. “É um político de carreira. É tudo uma tolice e sinto-me tão mal quando vejo que as pessoas foram arrastadas para isso”. Estes comentários no documentário são dirigidos diretamente ao apelo principal da campanha de Sanders.
Os ataques por parte de Clinton podem reacender uma luta que começou há quatro anos com Sanders. Mais recentemente, Clinton culpou o senador de prejudicar a sua campanha na corrida às últimas presidenciais norte-americanas, que perdeu para Donald Trump.
Na entrevista, Clinton questionou ainda a “cultura” em torno da campanha de Sanders. “Não é só ele, é toda a cultura à sua volta. É a equipa de liderança. São os apoiantes eminentes. É o ‘Bernie Bros online’ e os ataques implacáveis a muitos dos seus adversários, principalmente às mulheres”, disse.
Recentemente, Sanders negou ter dito a Elizabeth Warren que não acreditava que uma mulher pudesse ganhar a presidência. Warren assegurou que Sanders disse a frase durante uma reunião de 2018. A situação levou a uma troca agressiva de palavras entre os candidatos no debate mais recente em Iowa.
“Quando disse que uma mulher não pode ser eleita, isso é parte de um padrão”, disse Clinton. “Se fosse um caso único, poderia dizer: ‘OK, tudo bem.’ Mas ele disse que eu não era qualificada, apesar de ter muito mais experiência do que ele”, acrescentou.
E acrescentou: “Acho que as pessoas precisam de prestar atenção, porque queremos, espero, eleger um Presidente que tentará unir, e não fechar os olhos ou recompensar o tipo de insulto, ataque, humilhação, comportamento degradante que vimos nesta administração atual.”
Entretanto, Sanders e Warren apareceram de braços dados numa marcha para sinalizar o dia de Martin Luther King Jr., na segunda-feira.