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NFT, lagostas e cogumelos podem juntar forças… pela ciência

O artista britânico contemporâneo Philip Colbert anunciou recentemente a sua coleção de 7.777 NFTs de retratos de lagosta, para espalhar a palavra sobre os animais e o aquilo que a ciência nos pode dizer sobre eles.

Os non-fungible tokens (NFTs) fazem manchetes quando são vendidos por milhões de dólares. Embora estas peças fossem conhecidas há algum tempo, tornaram-se rapidamente um meio de expressão para artistas de todas as idades e origens.

A coleção NFT do artista Philip Colbert faz parte da maior coleção de arte do mundo, no metaverso chamada Cidade de Lobsteropolis, segundo a Interesting Engineering.

Cobre 57 parcelas na Decentraland, e é um projeto artístico comunitário único, ao qual se pode ter acesso se possuir uma das 7.777 NFTs de lagosta.

O trabalho artístico de Colbert não é apenas uma viagem de fantasia no reino digital, e está, na verdade, ligada à realidade do nosso mundo.

O seu estúdio tem colaborado com o The National Lobster Hatchery e Whitby Lobster Hatchery no Reino Unido. Para cada peça de NFT vendida, estes locais libertam uma lagosta verdadeira na natureza.

Os lagostins são uma parte importante dos ecossistemas subaquáticos e encontram-se atualmente sob intensa pressão da pesca.

Se não forem capturados, os podem viver até 100 anos e nunca parar de crescer. Embora uma lagosta fêmea possa transportar até 40.000 ovos de cada vez, apenas um consegue sobreviver na natureza.

As entidades que fazem parte desta colaboração trabalham não só para manter o stock de lagosta nos mares, mas também para compreender melhor a espécie.

Através de programas de investigação realizados no passado, os investigadores descobriram que os lagostins são seres sensíveis, o que significa que são capazes de sentir dor, angústia e conforto.

Estudos semelhante de caranguejos, polvos e outras espécies semelhantes levaram o governo do Reino Unido a dar proteção a estes animais, para que não fossem cozidos vivos, no ano passado.

O estudo da lagosta também ajudou a humanidade e o progresso científico. Ao estudar como funcionam os olhos dos lagostins, os investigadores descobriram que os seus têm milhares de pequenos tubos quadrados que os refletem e concentram num único ponto.

Aplicando esta técnica, os astrónomos foram capazes de construir telescópios de raios X no espaço, bem como scanners para aeroportos e detetores de bombas para os militares.

Não é apenas a investigação e conservação da lagosta que os NFTs estão a apoiar. Uma empresa americana de suplementos usou os non-fungible tokens para divulgar os cogumelos e os seus benefícios para a saúde.

Desde o alívio da dor à melhoria do desempenho atlético, os cogumelos estão a ser investigados para uma grande variedade de benefícios na nossa vida.

Para espalhar a palavra, a empresa com sede nos EUA está a apostar na sua edição limitada de cogumelos colecionáveis desenhados à mão, disponíveis na cadeia de blocos Ethereum.

A empresa afirma que as receitas das vendas serão direcionadas para o financiamento da investigação da doença de Alzheimer.

Uma empresa com sede na Califórnia, a RMDS, pretende utilizar NFTs para ligar os cientistas aos investidores.

Citando que os meios tradicionais de angariação de fundos são morosos e laboriosos, a RMDS pretende criar um mercado para a propriedade intelectual científica que, tal como a arte, também uma propriedade intelectual, e é disponibilizada aos potenciais compradores.

Resta saber como o projeto irá evoluir. Mas a espera pode não ser longa, uma vez que o lançamento do mercado está agendado para este mês.

ZAP //

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