James Fallon, um neurocientista da Universidade da Califórnia, descobriu acidentalmente que era um psicopata ao encontrar uma “óbvia patologia” num exame cerebral. Era o seu próprio TAC.
O exame mostrava baixa actividade cerebral nos lobos frontais e parietais do cérebro, ligados à empatia, moral e auto-controlo. Após concluir que o examinado seria um ‘claro psicopata’, James Fallon viria a verificar que se tratava de um exame ao seu próprio cérebro.
A descoberta ocorreu quando Fallon, então com 58 anos, estudava exames cerebrais de assassinos em série e casualmente os misturou com exames para despiste de Alzheimer que tinha feito a toda a família.
Depois de fazer testes genéticos, Fallon viria a ter mais más notícias: o seu DNA tem alelos relacionados com agressividade, violência e baixa empatia.
Fallon optou por dar a conhecer ao mundo o seu caso, e desde então tem participado em conferências, palestras e documentários que invariavelmente abordam a sua área de conhecimento – na primeira pessoa. Recentemente, lançou o livro ‘The Psychopath Inside‘.
Citado pelo blog do Smithsonian, Fallon, que admite ser muito competitivo (nem deixa que os netos lhe ganhem nos videojogos), assegura que nunca matou ou violou ninguém: “Poderei ser uma espécie boa de psicopata, um psicopata pro-social que não tem empatia mas se comporta de acordo com as normas“, facto que atribui ao ambiente familiar: “fui amado, e isso protegeu-me“.
Fallon tem no entanto razões para se preocupar com a sua história familiar: na sua árvore genealógica constam 7 alegados homicidas, incluindo a polémica Lizzie Andrew Borden, uma mulher famosa no início do século 20 por ter sido julgada e absolvida do assassinato à machadada do pai e da madastra.
Com efeito, como dizem a sabedoria popular e a genética, quem sai aos seus não degenera.
AJB, ZAP