Netanyahu diz que vai anexar grande parte da Cisjordânia até ao verão

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africa-renewal / Flickr

Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel

O primeiro-ministro de Israel manifestou-se, este domingo, confiante em poder anexar partes da Cisjordânia ocupada, no próximo verão, com o apoio dos Estados Unidos.

Numa mensagem gravada dirigida a apoiantes cristãos evangélicos, Benjamin Netanyahu disse que o plano do Presidente norte-americano, Donald Trump, para o Médio Oriente prevê a anexação de colonatos israelitas, bem como o estratégico vale do Jordão, que passará para o controlo de Israel.

“Daqui a alguns meses estou confiante de que essa promessa será honrada, que podemos celebrar outro momento histórico”, disse o primeiro-ministro israelita.

A anexação dos colonatos israelitas e do Vale do Jordão foi proposta no plano de paz apresentado pelo Presidente dos Estados Unidos em concertação com o primeiro-ministro israelita e rejeitado pelos palestinianos.

Os Estados Unidos são um forte aliado de Israel, e as relações reforçaram-se com a eleição de Donald Trump. Todavia, o plano norte-americano invocado por Netanyahu não reconhece o direito de Israel a toda a Cisjordânia.

A mensagem de Netanyahu é divulgada a menos de uma semana da assinatura de um acordo em Israel para a formação de um Governo de unidade nacional, entre Netanyahu e o centrista Beny Gantz, e que durante os próximos seis meses apenas poderá tomar medidas relacionadas com a luta contra o novo coronavírus e a anexação de territórios na Cisjordânia.

Cerca de 400 mil colonos judeus vivem atualmente nos colonatos da Cisjordânia ocupada, território onde vivem cerca de 2,7 milhões de palestinianos.

A colonização da Cisjordânia ocupada e a anexação de Jerusalém Oriental por Israel tem sido promovida por todos os Governos israelitas desde 1967, mas foi acelerada nos últimos anos sob o impulso de Netanyahu.

Ministro da Saúde diz que vai deixar o cargo

Este domingo, o ministro da Saúde de Israel, Yaakov Litzman, disse que vai deixar o cargo, na sequência de uma controvérsia sobre a forma como lidou com a crise de covid-19 e a sua própria infeção.

Litzman informou o primeiro-ministro que se afastava enquanto o país forma novo Governo, sem mencionar a sua muito criticada atuação enquanto ministro da Saúde, pasta que liderou na última década.

Em comunicado, afirmou que decidiu não integrar o Ministério da Saúde pela quarta vez, preferindo liderar um projeto mais abrangente para resolver a crise de habitação em Israel no Ministério da Habitação.

O Governo tem sido elogiado por manter a crise de coronavírus sob controlo. Mais de 15 mil israelitas foram infetados e morreram cerca de 200 pessoas, mas Israel não tem visto o seu sistema de saúde sobrecarregado como outros locais duramente atingidos.

Litzman, um ultraortodoxo sem formação médica, tem estado debaixo de críticas por surgir mal preparado em conferências de imprensa e resistir a propostas para apertar as medidas de confinamento que iriam afetar a comunidade religiosa do país.

No início do mês, o ministro foi diagnosticado com covid-19, aparentemente depois de ignorar as ordens do seu próprio ministério para evitar orações de grupo em locais públicos. Entretanto, recuperou.

ZAP // Lusa

1 Comment

  1. Os fanáticos religiosos loucos não descansam enquanto não arranjarem problemas!…
    Os EUA ainda tinham alguma mão para conter os ortodoxos mais radicais mas, com um palerma do Trump no poder, eles fazem o que querem sem qualquer oposição ou rasgo de bom senso e, como perceberam que o Trampa pode ir de vela, já se estão a adiantar, roubando e apropriando-se de territórios palestinianos, enquanto tem o apoio do Trump!
    A ver se a restante administração americana tem mais juizo do que estes radicais loucos!!

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