Governo de coligação em Israel. Gantz vai ser o ministro da Defesa de Netanyahu

Abir Sultan / EPA

Benny Gantz, rival eleitoral do primeiro-ministro israelita Benjamim Netanyahu e antigo chefe das Forças Armadas, diz que será ministro da Defesa de Israel durante a primeira metade do mandato do Governo de União e de Emergência (GUE).

Após 16 meses de crise política e de três eleições que não definiram uma vitória para qualquer um dos lados, Netanyahu, líder do Likud, e Gantz dirigente do partido Azul-Branco, assinaram segunda-feira um acordo para a formação de um governo de emergência nacional, que prevê também a realização de novas eleições dentro de três anos.

O acordo prevê um elenco governamental de 32 ministros durante os primeiros seis meses, com o objetivo de combater a pandemia de Covid-19, passando, depois, para 36, o gabinete mais numeroso da história de Israel.

Cada um dos líderes repartirá equitativamente os ministérios, com as pastas da Defesa e da Justiça nas mãos de Gantz e aliados e as Finanças e da Saúde para as de Netanyahu e respetivos apoiantes.

Netanyahu, cujo julgamento por corrupção foi adiado por causa do novo coronavírus, será primeiro-ministro durante 18 meses, após o que será substituído por Gantz nos restantes 18.

Esta terça-feira, Gantz confirmou que será ministro da Defesa durante o primeiro ano e meio e que substitui no cargo Naftali Bennett, líder de uma formação da direita radical, aliada de Netanyahu.

“Serei ministro da Defesa e depois, a seu tempo, primeiro-ministro de todos os cidadãos”, afirmou Gantz, militar de carreira, chefe do Estado-Maior do Exército israelita durante as duas últimas guerras na Faixa de Gaza (2012 e 2014) e defensor de uma linha dura face ao Hamas, o movimento armado islâmico que controla o enclave palestiniano.

O acordo põe fim a meses de paralisia política e evita um provável quarto escrutínio legislativo consecutivo em cerca de um ano.

Após as eleições de 2 de março, que resultaram num novo impasse, os dois líderes concordaram posteriormente na formação de um gabinete de união e “emergência”, para enfrentar a crise motivada pelo surto do novo coronavírus.

// Lusa

 

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