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Nem Messi, nem Ronaldo: o caminho quase impossível para o estrelato no futebol

Um estudo recente concluiu que apenas uma pequena fração de crianças que frequentam academias de futebol se tornam profissionais. 

Uma equipa de cientistas da Universidade de Essex descobriu que apenas 6% dos jovens que frequentam academias de futebol chega ao nível profissional.

Segundo o Study Finds, a descoberta é o culminar de uma investigação de 10 anos e põe em evidência o árduo caminho que os jovens atletas enfrentam quando procuram alcançar uma carreira profissional.

Nesta investigação, os cientistas acompanharam 198 jogadores de futebol que integram academias de dois clubes profissionais em Madrid. Ao longo de uma década, monitorizaram o progresso desses jogadores, analisando as suas capacidades técnicas, traços psicológicos e eventuais resultados de carreira.

Apenas 12 dos 198 jogadores (6,1%) chegaram ao nível profissional.
Destes 12, apenas sete chegaram à principal liga profissional espanhola em 10 anos.

Os resultados mostraram ainda que os jovens que se tornaram jogadores profissionais apresentaram níveis mais altos de autoconfiança e melhores habilidades de controlo de bola em comparação com os seus colegas.

“Cerca de 95% dos jogadores adolescentes não estão a chegar ao futebol profissional, mas continuam nessas academias a sofrer o stress e a tensão que acompanham o treino profissional intensivo”, resumiu Jason Moran da Escola de Desporto, Reabilitação e Ciências do Exercício.

Os investigadores defendem que devemos questionar se as academias de futebol estão a proporcionar experiências de desenvolvimento apropriadas, como a alfabetização física ou iniciativas educacionais para preparar os jovens para a vida pós-futebol. Neste sentido, sugere que podem ter de reconsiderar a sua abordagem, dada a baixa taxa de conversão.

Alguns clubes, como o Brentford FC, já se afastaram dos sistemas tradicionais de academia devido a preocupações financeiras. O estudo recomenda que os treinadores de futebol se concentrem em desenvolver a autoconfiança e as capacidades de controlo de bola dos jogadores, uma vez que estes parecem ser os principais diferenciadores entre os futuros profissionais e amadores.

Dada a baixa taxa de sucesso, também é importante fornecer aos jovens um sistema de educação, reconhecendo a realidade de que a maioria não se tornará jogador de futebol profissional.

O artigo científico foi publicado no International Journal of Sports Science & Coaching.

ZAP //

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