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Nebrasca proíbe referência a “escravatura” como punição na Constituição. 32% votaram contra

André Kosters / Lusa

Os eleitores do Nebraska, nos EUA, votaram esta terça-feira pela exclusão de referências à escravatura como forma de punição na Constituição estadual.

Proposta pelo senador Justin Wayne no ano passado, a medida foi aprovada com 68% dos votos a favor e 32% dos votos contra, segundo escreve o The Hill.

Apesar de a escravatura ser proibida neste estado norte-americano desde 1875, a Carta Magna do Nebraska continuou a ter uma cláusula que se referia à escravatura como uma punição criminal devido a uma lacuna legal.

“Não haverá escravidão nem servidão involuntária neste Estado, a não ser para a punição de um crime, pelo qual a parte terá sido devidamente condenado”, podia ler-se.

À imprensa norte-americana, Wayne explicou que a lacuna legal em causa, criada após a Guerra Civil Americana, continuava a permitir que empresas privadas “alugassem” mão de obra de reclusos. Por exemplo, antigo edifício do capitólio do estado foi construído com a mão de obra de “presos-escravos”. A prática acabou por ser abolida em 1940, mas o enquadramento legal da mesma nunca chegou a ser eliminado.

“O meu objetivo é que daqui a 100 anos, quando os meus bisnetos olharem para o estado do Nebraska e me virem como um senador estadual, a escravatura não faça parte desta conversa”, disse o senador citado pelo 3 News Now.

Relativamente aos resultados do referendo desta terç-afeira e ao facto de 32% dos eleitores votarem contra, os responsáveis políticos dizem que o texto do boletim de voto utilizado pode ter influenciado o resultado.

“As pessoas estão a ler muito rápido. Às vezes, votar sim não significa coisa nenhuma. Talvez para alguns eleitores seja esse o caso”, disse a presidente do Partido Democrático de Nebraska, Jane Kleeb, citada pelo mesmo portal.

ZAP //

 

 

 

 

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